O espanhol Jesus del Pino vai liderar a Aviludo-Louletano-Loulé Concelho na Volta a Portugal, na estrada a partir de quarta-feira, mas sem ‘anular’ as hipóteses de outros nomes da equipa após a “revelação” na temporada.
“Fazendo um balanço em relação a esta época, a Aviludo-Louletano-Loulé Concelho deverá ser, julgo que de forma unânime, a equipa revelação”, declara o diretor desportivo, Américo Silva, em entrevista à Lusa.
Com 33 anos, Del Pino é o principal nome da equipa que já representa desde 2019, tendo sido 10.º classificado na geral final da Volta2023, somando este ano, como principal resultado, o quarto lugar no Grande Prémio Douro Internacional.
Nessa corrida, contudo, despontou um dos outros nomes fortes da formação algarvia, o do espanhol David Domínguez, que deixou a equipa de clube espanhola Zamora para se profissionalizar em Portugal.
O corredor de 23 anos tem dado nas vistas e é um dos ‘reforços’ em destaque, a par do argentino Nicolas Tivani, este proveniente de uma equipa ProTeam, a Corratec-Selle Italia.
“Com os resultados do Jesus del Pino nos dois últimos anos, é um ciclista que, à partida, é máximo candidato a ser líder, e será líder para a geral. Mas nunca iremos descartar” outros nomes, refere Américo Silva.
Em causa estão ciclistas como Daniel Viegas, o argentino Tomás Contte, Tivani e Domínguez, todos a procurar reforçar a candidatura da formação ao ‘top 10’ final, “eventualmente aos cinco primeiros”, bem como disputar outras etapas.
Os bons resultados na primeira metade do ano, diz o diretor desportivo, aportam “confiança” para o ponto alto da temporada, ainda que Domínguez e Tivani nunca tenham corrido a Volta, com todas as suas especificidades, da altimetria ao calor ao longo de 11 dias de competição.
“A Volta a Portugal, nos primeiros quatro dias, irá decidir-se em 60 ou 70%. São etapas de montanha, tirando a chegada a Lisboa. […] A estrada vai ditar para quem iremos trabalhar”, acrescenta.
O início montanhoso, de resto, é algo de que “por norma nem ciclistas nem diretores gostam muito”, por ter vários dias decisivos logo a abrir quando muitos optam por estágios em altitude, e não competição, para ganhar balanço para a corrida.
“É um risco que teremos de correr, com vista ao melhor desempenho durante toda a Volta. Do nosso ponto de vista, não é benéfico. Um dos fatores, além da montanha, é o calor. Mais ainda quando nós só há cerca de um mês e tal é que tivemos algumas etapas com algum calor”, analisa.
Segundo Américo Silva, esta 85.ª edição será, à semelhança da do ano passado, “muito competitiva”, não só pelo pelotão nacional como pelas equipas estrangeiras, lembrando a recente vitória da Caja Rural no Troféu Joaquim Agostinho, com o venezuelano Orluis Aular, além do regresso da Vorarlberg, com o vencedor de 2023, o suíço Colin Stüssi.
“Seguramente, não teremos uma Volta a Portugal dominada por uma só equipa, mas com várias equipas intervenientes. É muitíssimo positivo para o nosso ciclismo e para a Volta, bem como para o público”, acrescenta.
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