O ciclista espanhol Delio Fernández será o líder da AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense na 85.ª Volta a Portugal, que arranca na quarta-feira, com os algarvios a assumirem a vontade de serem competitivos após a chegada de reforços importantes.
“Os planos serão mais ou menos idênticos [a 2023]. O Delio Fernández é o líder, mas o Afonso [Silva] e mesmo o [Diogo] Barbosa têm evoluído de maneira bastante consistente”, diz à Lusa o diretor desportivo, Vidal Fitas.
A formação tavirense tem no galego de 38 anos a principal garantia, com quatro vitórias em etapa na Volta, a última das quais em 2023 na subida à Torre, chegando então a vestir de amarelo.
Acabou por terminar a 84.ª edição no 15.º posto, mas foi ao pódio em 2014 (foi terceiro), em 2022 foi sexto, 10.º em 2020, e quarto em 2015, além de somar ainda dois 11.º lugares, comprovando a regularidade na luta pelo top 10.
A seu lado terá Afonso Silva, reforço para esta temporada que, aos 24 anos, procura outro destaque, tendo este ano sido quarto na Volta ao Alentejo, mas também Diogo Barbosa, enquanto Francisco Campos, outro reforço, é opção nas etapas planas.
“O ano passado acabámos por levar o Miguel Salgueiro nas etapas ao sprint, tentando que se intrometesse na discussão. Mudámos o nome, não mudamos a atitude. Evidentemente, o Francisco tem, no sprint, outra potencialidade”, analisa Vidal Fitas.
Analisando no todo, vê na equipa vários “ciclistas a entrar na fase madura da vida”, que se posicionam como opções, desde Miguel Salgueiro, um contrarrelogista que vê como “capaz de lutar pelos primeiros lugares no prólogo”, mas também Rúben Simão, que “mais dia menos dia se posicionará como referência”, ao lado da experiência de Fernández e outro espanhol, Álvaro Trueba.
Analisando o percurso, Fitas não tem dúvidas que depois da etapa da Torre, a terceira e marcada para sábado, vai já “definir os primeiros 10” da geral, com a Senhora da Graça, na nona etapa, e o contrarrelógio individual, a 10.ª e última, a fazer “o ajuste” entre posições.
“As corridas começarem logo com etapas importantes, como se tem visto lá fora, não as torna monótonas como se perspetivava. Espero que aqui também seja assim, que a Volta tenha interesse acrescido desde o primeiro dia”, refere.
Começar cedo na montanha “não muda nada”, porque os efeitos são sobretudo “na preparação da corrida”, perdendo-se os “dois ou três dias de adaptação ao calor e ao ritmo”.
“Há ciclistas que entram pior, precisam de se soltar. Aqui, não é possível. Quem quiser lutar pela geral, tem praticamente de estar já junto dos primeiros na primeira etapa”, afirma.
A 85.ª edição da Volta a Portugal arranca na quarta-feira, com um prólogo em Águeda, e termina em 04 de agosto, com um contrarrelógio individual em Viseu.
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