A partir deste ano, o jornal Diário de Notícias (DN) deixará de ter edição impressa ao fim de semana. A decisão foi anunciada pelo diretor, Filipe Alves, num texto publicado pelo próprio jornal, e marca uma mudança significativa no ciclo de publicação de uma das publicações mais emblemáticas de Portugal.
De acordo com Filipe Alves, a medida visa “assegurar a sustentabilidade futura do projeto” e “ir ao encontro das novas tendências de consumo de informação”, sublinhando que a maioria dos leitores acede ao jornal através da edição online. Assim, a última edição semanal do DN, publicada às sextas-feiras, passará a assumir o papel de edição de fim de semana. Este novo modelo arranca já em 2025, com a primeira edição deste ciclo a sair no dia 3 de janeiro.
Esta transformação ocorre num ano especial para o jornal, que celebra o seu 160.º aniversário, uma marca histórica que reforça o seu papel central no panorama jornalístico português.
Contexto de desafios e mudanças
A decisão de eliminar a edição impressa ao fim de semana surge num contexto de desafios financeiros e reestruturação no grupo Global Media, que detém o DN. Em janeiro de 2024, os trabalhadores do grupo fizeram greve com adesão total devido a salários em atraso, o que resultou na ausência do Jornal de Notícias nas bancas. Mais recentemente, em dezembro de 2024, uma nova paralisação de dois dias voltou a colocar em evidência as dificuldades financeiras da empresa.
O grupo Global Media vendeu, em julho de 2024, vários títulos como o Jornal de Notícias, O Jogo e a TSF ao grupo Notícias Ilimitadas, mantendo apenas o Diário de Notícias e outras publicações, como a Men’s Health.
Um novo capítulo para o Diário de Notícias
Com esta mudança, o DN procura adaptar-se ao ambiente digital, onde a preferência dos leitores por conteúdos online tem crescido exponencialmente. A decisão de interromper a edição impressa ao fim de semana reflete, assim, uma estratégia para reforçar a sustentabilidade económica do projeto e garantir a sua continuidade num setor em constante transformação.
De acordo com o ranking netAudience de novembro de 2024 [ver tabela], realizado pela Marktest, o Diário de Notícias (DN) ocupa a 11.ª posição – a mesma que ocupava em outubro – entre os sites de media mais visitados em Portugal, estando a um passo de entrar no Top 10.
A força crescente da imprensa regional digital em Portugal
Por outro lado, o Postal do Algarve, com sede em Tavira, destaca-se na 8.ª posição do mesmo ranking, evidenciando a sua relevância e alcance significativo no panorama digital nacional.
Em dezembro, o Postal do Algarve registou um aumento significativo no número de visualizações de artigos lidos no seu site, passando de 7.533.803 visualizações em outubro para 8.547.491 em dezembro. Este crescimento representa um aumento de 13,5% no número de notícias lidas num espaço de apenas um mês, demonstrando o contínuo interesse dos leitores pelos conteúdos publicados.
No panorama regional, o Postal do Algarve consolida a sua posição de liderança, ao manter-se em primeiro lugar com um Reach Multiplataforma de 1.994.372 de Visitantes Únicos em novembro de 2024, registando um share de 23,2% no território português. Este desempenho destaca o jornal como a principal fonte de informação regional no país, evidenciando a sua capacidade de alcançar um público diversificado e fidelizado.
A seguir ao Postal do Algarve, encontra-se o Notícias de Coimbra, com um share de 14,2% e 1.219.723 leitores únicos, ocupando a 16.ª posição no ranking netAudience da Marktest. Já o jornal O Minho surge na 21.ª posição, com um share de 12,1%, representando 1.040.296 indivíduos únicos. Estes números mostram a força crescente da imprensa regional digital em Portugal, com o Postal do Algarve a liderar claramente este segmento.
Este desempenho reforça a posição do Postal do Algarve como um dos principais meios de comunicação digital em Portugal, especialmente na região sul. O aumento expressivo nas visualizações reflete não só o empenho da equipa editorial em oferecer conteúdos relevantes e de qualidade, mas também a crescente importância das plataformas digitais na difusão de notícias regionais e nacionais.
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