Um número recorde de 488 profissionais de meios de comunicação social estão detidos em todo o mundo, divulgou esta quinta-feira a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), no relatório anual.
Por outro lado, o número de jornalistas mortos, 46, foi o mais baixo nos últimos 20 anos, sublinhou a organização não governamental (ONG) de defesa da liberdade de imprensa.
“Nunca, desde a criação do balanço anual da RSF em 1995, o número de jornalistas detidos foi tão elevado”, indicou a RSF, salientando que este aumento excecional, de cerca de 20% num ano, “foi devido sobretudo a três países”: Myanmar, Bielorrússia e China.
Por outro lado, a ONG indicou ter contabilizado um elevado número de mulheres jornalistas detidas, embora os homens continuem a representar a maioria dos repórteres presos em todo o mundo (87,7%).
A Bielorrússia foi o país que deteve mais mulheres jornalistas (17) do que homens (15).
Os cinco países com o maior número de jornalistas detidos em 01 de dezembro são a China (127), Birmânia (53), Vietname (43), Bielorrússia (32) e Arábia Saudita (31).
O número de jornalistas e de trabalhadores dos ‘media’ mortos, num total de 46, foi o mais baixo dos últimos 20 anos, disse.
“Esta tendência descendente, que se tornou mais pronunciada desde 2016, pode ser explicada em particular pela evolução dos conflitos regionais (Síria, Iraque e Iémen) e a estabilização das frentes depois dos anos particularmente mortíferos de 2012 e 2016”, explicou.
A RSF sublinhou que “65% dos mortos são deliberadamente visados e eliminados”.
O México e o Afeganistão continuaram, este ano, a ser os dois países mais perigosos para os jornalistas, com sete e seis mortos respetivamente, seguidos pelo Iémen e pela Índia, no terceiro lugar, com quarto jornalistas mortos em cada um.
A RSF também contou pelo menos 65 jornalistas e colaboradores de ‘media’ mantidos como reféns em todo o mundo, mais dois do que no ano passado.
“Todos eles são mantidos como reféns em três países do Médio Oriente: Síria (44 jornalistas), Iraque (11) e Iémen (nove)”, indicou a ONG, lembrando que o jornalista francês Olivier Dubois, continua sequestrado no Mali desde abril.