Depois de ter dotado a Ambiolhão, empresa municipal responsável pelo saneamento básico no concelho de Olhão, de quase meio milhão de euros para investigar em profundidade a existência de esgotos urbanos ligados à rede pluvial da cidade e que eram directamente despejados na Ria Formosa sem tratamento, a autarquia está a gastar perto de 280 mil euros para corrigir as situações detectadas.
São assim investidos desde o início do mandato do autarca António Pina na resolução de um velho problema da cidade cubista cerca de 800 mil euros estando os trabalhos “em fase de conclusão”, revela a autarquia.
“O problema remonta a meados da década de 80 do século passado, época até à qual existia apenas uma rede de drenagem, quer das águas provenientes das chuvas, quer das águas residuais, sendo ambas despejadas, sem tratamento, na Ria Formosa”, refere a nota de imprensa enviada às redacções.
Inspecções vídeo permitiram identificar os problemas
O trabalho de identificação e registo das deficiências de ligação de esgotos à rede de águas pluviais “tem sido minucioso”, com inspecções vídeo e humanas a grande parte dos troços da rede pluvial da cidade, num esforço que incidiu sobre sete troços de colectores situados no Bairro 11 de Março – Cais de Embarque (900 metros), zona Norte da Estrada Nacional 125 – Rua de Olivença (315 metros), Avenida Calouste Gulbenkian – bairros Horta do Espanha e Bairro dos Pescadores (600 metros), entroncamento com a Rua António Henrique Cabrita – Avenida D. João VI (450 metros), Avenida D. João VI – Linha dos Caminhos de Ferro (430 metros), Cemitério – Praceta de Agadir (400 metros) e Travessa Alexandre Braga – Travessa da Feira (134 metros).
Mais de metade das deficiências detectadas estão já resolvidas, refere a Câmara, que revela que “em alguns destes casos não foram detectadas irregularidades mas, na generalidade, foram identificados casos de caudais de águas residuais a serem despejados indevidamente na rede pluvial”.
Nova ETAR ajuda a completar a solução integrada
A Câmara a que preside o socialista António Pina recorda que está em processo de adjudicação a construção de uma nova Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), um projecto de 14,5 milhões de euros, da empresa Águas do Algarve, infra-estrutura que substituirá as atuais ETARs de Faro Nascente e Olhão Poente e que passará a tratar efluentes de Faro, Olhão e S. Brás de Alportel.
Assim se criará uma solução integrada que beneficiará, com as obras realizadas na cidade, a Ria Formosa como um todo e a frente marítima de Olhão em particular.