Num concelho que é o maior do Algarve e que se estende do mar até à fronteira com o Alentejo o actual autarca está consciente das assimetrias e dos desafios diversos que Loulé coloca.
A aposta na coesão territorial e social são assim pedras de toque da política que quer levar a cabo num novo mandato à frente da Câmara louletana.
As respostas do candidato às perguntas do POSTAL
POSTAL (P): Quais as razões determinantes para que se candidate à Presidência da Câmara?
Vítor Aleixo (VA): Sou candidato à presidência da câmara municipal de Loulé por duas razões: primeiro porque o projecto iniciado em 2013 não está finalizado, período este de emergência social e de recuperação das contas públicas municipais; segundo porque os investimentos que iremos realizar para os próximos 4 anos irão colocar o concelho de Loulé na rota do crescimento sustentável amigo do ambiente e da vivência quotidiana das populações.
P: Na sua opinião quais são os problemas fundamentais do concelho?
VA: Actualmente, o concelho tem um problema de desertificação no interior, mas igualmente de dualismo entre os próprios territórios do litoral. Este problema de dinâmica territorial diferente coloca em causa a coesão local, provocando situações sociais emergentes que necessitam permanentemente da nossa atenção, não deixando que nenhum cidadão tenha de viver abaixo do limiar da pobreza. Neste sentido, precisamos de um concelho ainda mais inclusivo e coeso, com melhor circulação no espaço público e de igualdade de oportunidades, com maiores facilidades de mobilidade e transportes, promovendo simultaneamente melhores condições de habitabilidade e de maior dinâmica empresarial, com especial incidência no interior do concelho.
P: A sua candidatura é a melhor opção para dirigir os destinos da Câmara porquê?
VA: Porque é, foi e sempre será virada para as pessoas, com o objectivo permanente de estar próximo das pessoas, resolvendo os seus problemas e construindo um futuro mais próspero para a nossa Terra. O que irei continuar a fazer é pautar-me pela defesa dos interesses e necessidades da população do concelho, apresentando para os próximos 4 anos uma equipa jovem, renovada e competente para os novos desafios de exigência das autarquias. Nos próximos anos o concelho de Loulé vai continuar a afirmar-se como um território líder a sul de Portugal capaz de competir com os melhores, de atrair mais pessoas e actividades numa combinação virtuosa entre tradição, memória e contemporaneidade. Exemplo disso são a transferência de um conjunto de serviços desconcentrados do Estado, em Quarteira e em Loulé, transformando o concelho numa nova centralidade regional. Os desafios são muitos e trabalharemos para estar à altura de todos eles.
P: Quais as grandes propostas diferenciadoras da sua candidatura face às dos restantes candidatos?
VA: Continuaremos, como até aqui, a posicionarmo-nos como agente de coesão e desenvolvimento económico na defesa da qualidade de vida das pessoas.
Neste sentido, o interior do concelho de Loulé, território de grande resiliência irá merecer a nossa maior atenção para que as dinâmicas de desertificação e declínio económico possam ser o mais possível contrariadas, de maneira a que as pessoas que lá vivem e trabalham não fiquem para trás, à margem do crescimento económico que voltou, querendo ao mesmo tempo sustentar com políticas novas ligadas ao Turismo de Natureza, ao Património e à Floresta.
Outro dos desafios que emergem e a que iremos dar resposta é o da simplificação na organização dos serviços administrativos de modo a incentivar o investimento e a promoção externa do concelho.
Uma nova política para a habitação que responda não apenas às famílias mais fragilizadas, mas também às necessidades de estratos importantes dos jovens e classe média. Alinharemos as nossas políticas para o acesso à habitação com as mais recentemente anunciadas pelo Governo e pelo Primeiro-Ministro António Costa. As necessidades de alojamento, seja na aquisição, reabilitação ou arrendamento são cruciais nos dias de hoje e nas próximas décadas.
Um último desafio que será talvez o mais estruturante da nossa ação futura é prosseguir e aprofundar as boas práticas da política ambiental e ecológica que já são hoje uma imagem de marca de Loulé em todo o País. Loulé é, em Portugal, o concelho que mais vezes obteve a primeira posição no ranking dos municípios mais sustentáveis ECOXXI.
Dispomos de uma Estratégia e Adaptação às Alterações Climáticas em fase de implementação e isso significa que os próximos quatro anos irão trazer inúmeras inovações em domínio tão diverso como a mobilidade suave, a eficiência energética, os planos verdes com plantação de milhares de árvores e uso de plantas de baixo consumo de água nos jardins públicos, a poupança e uso inteligente da água, a descarbonização do nosso meio ambiente e a aposta firme na promoção e educação de uma nova consciência ambiental.
Cuidar das nossas vidas não admite outra política diferente desta que já começámos e que iremos continuar.
P: As duas primeiras medidas estruturantes a avançar caso ganhe as eleições, quais serão?
VA: Qualquer medida que é estruturante é tomada quando se entende o fazer para salvaguarda do futuro da população, independentemente do dia das eleições. Tomámos uma medida estruturante durante o mandato que agora finda que foi a adopção de uma Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas e que iremos aprofundar e reforçar nos próximos anos, através de medidas que beneficiam a mobilidade suave e a eficiência energética, entre muitas outras, conforme apontado na questão anterior.
Outra medida estruturante e considerada prioritária será implementada durante o próximo mandato, seguindo as novas políticas de Governo para a habitação. Com uma política fiscal de incentivo à habitação no concelho, mantendo o IMI e o IRS na taxa mais baixa possível, a nossa candidatura contribui, dentro dos mecanismos fiscais locais, para que todas as classes sociais no concelho tenham as condições necessárias ao acesso à habitabilidade. No entanto, consideramos que o problema de acesso à habitação é mais grave e necessita igualmente de outras respostas, que passam necessariamente, pelo nível nacional. Neste sentido, e para os próximos anos iremos, em conjunto com o Governo, encontrar mecanismos e incentivos para construção e reabilitação de imóveis a custos controlados, bem como soluções para uma política de arrendamentos acessíveis.