Os autarcas algarvios vão exigir devolução do dinheiro gasto, depois do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) ter pedido uma auditoria às contas do Algarve Biomedical Center (ABC), consórcio de que faz parte, juntamente com a Universidade do Algarve.
De entre as dúvidas sobre as contas desta entidade que persegue fins públicos, destaca-se a aquisição de 30 ventiladores, que custaram 1,3 milhões euros, e não funcionam. A proposta foi aprovada em reunião da assembleia geral do ABC na passada segunda-feira.
Há precisamente seis meses, dia 17 de julho, o presidente da associação de municípios algarvios, António Pina, admitia que os 30 ventiladores hospitalares, adquiridos pela Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e oferecidos ao CHUA, tinham problemas técnicos que os impediam de funcionar.
Na altura, António Pina indicou que estava a aguardar pelo relatório final dos ventiladores, ressalvando que existiram “outros problemas com equipamentos que não estavam a 100%, mas que foram resolvidos com os técnicos da empresa através de uma reprogramação remota”.
O presidente da AMAL, entidade que agrega os 16 municípios do Algarve, dizia então acreditar que “até ao final da próxima semana [finais de julho] possa existir uma resposta, um relatório final, até pela ansiedade que se vai gerando com esta questão”.
Por seu turno, o então secretário de Estado das Pescas e coordenador à reposta da covid-19 no Algarve, José Apolinário, dizia à Lusa ter esperança que, “juntamente com o fornecedor, seja encontrada uma forma para resolver a situação”.
José Apolinário garantia mesmo que “o Governo irá dar toda a colaboração possível”, acrescentando “saber que se trata de uma eventual não conformidade que tem de ser apurada do ponto de vista técnico”.
Igualmente há seis meses, a ministra da Saúde salientava que os 30 ventiladores que apresentam falhas foram doados e não comprados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“Tanto quanto é do meu conhecimento, os ventiladores [que apresentam falhas] não foram comprados pelo SNS. Foram uma doação e o generoso doador [AMAL] está já a tratar das questões com o fornecedor”, afirmou a ministra da Saúde na conferência de imprensa sobre a pandemia de covid-19.
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