A equipa da ALFA nos próximos três anos decidiu dinamizar um projeto para valorizar as aldeias do interior do Algarve. Optámos por uma aldeia por concelho para ter alguma representatividade do território geográfico. Núcleos que verdadeiramente povoam o território com gente simpática, trabalhadora e resiliente que resistem à vontade de procurar o litoral para melhorar a sua condição económica.
Este projeto do Algarve interior está na programação desta Associação nos próximos anos, à razão de quatro localidades por ano, num ciclo para cada lugar que vai desde a pesquisa para um conhecimento inicial ao estabelecer contactos e laços com parceiros locais (Câmara Municipal, Juntas de Freguesia, Paróquias, Cooperativas, Lares, etc) para um conhecimento mais aprofundado da realidade local, às necessidades fulcrais de entrevistar, filmar e fotografar nas circunstâncias e ocasiões mais apropriadas até ao retorno que pretendemos dar a estas comunidades.
Esse retorno é uma peça fundamental deste projeto e pensamos que o diferencia de alguns outros já desenvolvidos sobre esta temática, nomeadamente por reputados profissionais como Telma Veríssimo, Hélio Ramos, Vasco Célio, Eduardo Pinto ou Nuno Jesus, pois pretende-se mostrar a cada comunidade como ela é vista pelos olhos dos outros de fora e revelar novos “spots”.
Estas comunidades do interior são menos povoadas, mais dispersas e, em geral, com gente mais idosa, num ritmo de vida mais lento e próximo dos ciclos da natureza. É esse tipo de vida, essa slow life, com os vários atores que queremos captar e é esse olhar que lhes queremos devolver.
(Artigo publicado no Caderno Cultura.Sul de junho)
(CM)