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Sociedade

Timor-Leste: soldado australiano acusado de disparar e de maltratar cadáveres em 1999

A notícia é avançada pela estação de televisão australiana ABC TV, que cita relatos de testemunhas oculares.

22:31 4 Abril, 2022 22:31 4 Abril, 2022 | POSTAL

Documentos obtidos por uma televisão australiana, que citam testemunhas oculares, acusam um soldado australiano de provocar a morte não autorizada de um miliciano pró-indonésio ferido e de maus-tratos a cadáveres em Timor-Leste, após um combate em 1999.

Numa reportagem que vai ser emitida esta segunda-feira, o programa ‘Four Corners’ da ABC TV cita relatos de testemunhas oculares, incluindo soldados das forças especiais da Nova Zelândia que acusaram um efetivo das tropas especiais australianas (SAS) de brutalizar os cadáveres de dois membros das milícias.

Um dos testemunhos diz mesmo que um dos mortos teria apenas ficado ferido, acabando por ser baleado pelas costas quando fugia.

O caso chegou a ser investigado como homicídio, depois de a Polícia Federal Australiana (AFP) ter concordado com investigadores militares que os feridos podem mesmo ter sido baleados à queima-roupa num ato de vingança. Porém, os testemunhos revelados hoje não fizeram parte do processo.

Um soldado neozelandês recordou que um dos membros das milícias tentou fugir quando um soldado que o ‘Four Corners’ identifica apenas como ‘operador K’, disparou, atingindo-o.

O programa da ABC obteve 11 depoimentos das tropas especiais neozelandesas (NZA SAS), que nunca foram ouvidos em tribunal, e que explicam que o ‘operador K’ “perdeu a cabeça e esmurrou e pontapeou os corpos”.

Um oficial da NZA SAS alertou mesmo os seus soldados contra adotarem o estilo “cowboy” dos militares australianos que, explicam as testemunhas, ignoraram a sugestão de afastar o ‘operador K’.

O tiroteio foi desencadeado por uma emboscada de membros de milícias pró-indonésias nos arredores de Suai, perto da fronteira com Timor Ocidental, a 6 de outubro de 1999, durante uma operação das SAS australiana e neozelandesa e membros do British Special Boat Service.

Os elementos faziam parte da força internacional Interfet destacada em Timor-Leste a partir de 20 de setembro na sequência da violência desencadeada pelas milícias e militares indonésios depois dos timorenses votarem, a 30 de agosto de 1999, a favor da independência.

As unidades envolvidas neste tiroteio foram enviadas para a região por instruções do então comandante da Interfet, o major-general australiano Peter Cosgrove.

Depois de deter alguns membros suspeitos de pertencer às milícias suspeitas e de os levar para a capital, Díli, a SAS australiana colocou cerca de 100 dos restantes numa coluna militar e começou a escoltá-los para Timor Ocidental, mas a coluna acabou por ser atacada.

O ataque levou ao ferimento de dois militares australianas, no que foi a primeira baixa em combate de australianos desde a Guerra do Vietname, tendo na resposta sido mortos dois membros das milícias.

O incidente foi alvo de um inquérito especial de dois anos e meio conduzido pelo Australian Corps of Military Police (RACMP), mas as declarações de testemunhas da NZ SAS nunca foram divulgadas publicamente.

Para a reportagem, e além das declarações citadas, o ‘Four Corners’ falou com mais de 100 pessoas com conhecimento do caso.

Entre eles ouviu um efetivo da NZ SAS, código ‘Soldier U’, que disse que já depois do combate ter acabado ouviu “vários tiros”, o que levou a pensar que estavam a ser disparados para os cadáveres, algo que viola a lei internacional.

“Ouvi alguém gritar: ‘são tiros nossos, apenas a disparar contra os corpos”, disse, informação confirmada por um oficial, o ‘Soldado X’ que disse que o ‘operador K’ tinha “disparado vários tiros contra os corpos que já estavam mortos’.

Um outro soldado, porém, foi mais longe, explicando que uma das vítimas não estava morta, mas apenas ferida, e que “quando ele se levantou e começou a fugir, o ‘operador K’ disparou e matou-o”.

Depois, já quando os corpos estavam a ser transportados para o Suai, testemunhas dizem que o ‘operador K’ estava visivelmente agitado e continuou a pontapear e dar murros nos corpos: “como se atrevem a atirar aos meus rapazes”, gritava enquanto o fazia, segundo uma das testemunhas.

“Vi-o em pé dar pontapés aos corpos. Um dos corpos chegou mesmo a cair do veículo. Eu fiquei chocado com o que estava a ver”, afirmou.

Oficiais denunciaram outros comportamentos “poucos profissionais” do militar australiano que mostrou regularmente um comportamento “como se fosse uma guerra convencional, como no Vietname, e não uma missão de manutenção de paz”.

Um relatório interno da AFP obtido pela ABC revela que a investigação inicial indicava que pelo menos um corpo tinha “um ferimento de bala na cabeça à queima-roupa”, sugerindo que “as mortes foram um ato de vingança pelo ferimento dos dois soldados australianos”.

No processo formal, o ‘operador K’ acabou por ser absolvido de qualquer crime.

Entrevistado pela ABC, e nas suas primeiras declarações públicas, o ex-sargento da polícia militar Karl Fehlauer referiu-se a este caso e ao seu trabalho de investigação de 19 denúncias de irregularidades em Timor-Leste – incluindo contra o operador K.

Declarando confiar nos testemunhos, Fehlauer disse que a absolvição de ‘K’ teve grande impacto nas forças militares australianas e na SAS.

“Se as coisas tivessem sido diferentes, não creio que tivéssemos tido alguns dos problemas que tivemos no Afeganistão”, disse.

Soldados australianos foram acusados de vários abusos cometidos no Afeganistão.

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