O Sindicato dos Jornalistas condenou hoje o sensacionalismo da cobertura noticiosa dos incêndios, recordando que “não deve ser perturbada a dor” das pessoas envolvidas e apelando a acções contra os jornalistas incumpridores do Código Deontológico.
Num comunicado, hoje divulgado, o sindicato insta ainda os órgãos reguladores, nomeadamente a Entidade Reguladora para a Comunicação Social e a Comissão da Carteira Profissional de Jornalista, “a agirem” perante os casos de cobertura noticiosa que não cumpram as regras deontológicas, segundo noticia a Agência Lusa.
Em momento de consternação nacional, devido aos incêndios que neste fim de semana fizeram, pelo menos, 62 mortos, levando o Governo a decretar três dias de luto nacional, até terça-feira, o sindicato assinala também “o trabalho competente e sério de muitos” dos repórteres que fazem a cobertura dos acontecimentos e realça a importância de uma cobertura noticiosa “sóbria e rigorosa”.
No comunicado, o Sindicato dos Jornalistas aproveita para recordar alguns pontos do Código Deontológico dos Jornalistas, quanto à necessidade de “atender às condições de serenidade, liberdade e responsabilidade das pessoas envolvidas” nos acontecimentos relatados pelos jornalistas.
O fogo, que deflagrou na tarde de sábado, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, alastrou depois aos concelhos vizinhos de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria, e entrou também no distrito de Castelo Branco, pelo concelho da Sertã.
O último balanço dá conta de 62 mortos civis e 62 feridos, dois deles em estado grave. Entre os operacionais, registam-se dez feridos, quatro em estado grave. Há ainda dezenas de deslocados, estando por calcular o número de casas e viaturas destruídas.