O primeiro jornal exclusivamente ‘online’ Diário Digital chegou ao fim na sexta-feira, depois de 17 anos de existência, por falta de viabilidade financeira.
Criado em 19 de Julho de 1999, o Diário Digital encerrou na sequência de uma decisão tomada pelos accionistas em finais de Dezembro, face “à falta de viabilidade financeira para manter a aposta no ‘site’”, e entretanto comunicada pela administração à direcção de informação na semana passada, como relatou Pedro Curvelo, director de informação.
O jornal ‘online’, que já não está disponível na internet, chegou a ter na sua fase de expansão, em 2000, cerca de 80 jornalistas, mas um primeiro embate em meados de 2001 levou a uma redução drástica na redacção com um despedimento colectivo, que deixou apenas cerca de 20 efectivos no jornal.
Ao período de expansão, seguiu-se o de consolidação, mas em 2008 a crise e a retracção do mercado publicitário, e consequente perda da principal fonte de receitas, voltou a fazer encolher a redacção.
“Fomos bastante afectados até porque não tínhamos a almofada que tinham os outros grupos de comunicação social tradicionais. A redacção começou a encolher, mas nem houve despedimentos, os jornalistas começaram a sair para outros sítios”, contou.
Actualmente, e perante forte concorrência no ‘online’, restavam apenas sete jornalistas: “O que foi acordado é que vai proceder-se ao pagamento das indemnizações conforme a lei. Como não há salários em atraso, também não se coloca esta questão”.
Sobre a sua passagem pelo Diário Digital, onde entrou em 2000 como jornalista, tendo evoluído para editor e depois para director de informação, Pedro Curvelo afirma: “Foi uma experiência muito gratificante, principalmente nos tempos em que o projecto estava mais sólido e tive a sorte de trabalhar com pessoas muito competentes”.
Também na sua página na rede social facebook, Pedro Curvelo escreveu que “após 16 anos a dar o litro no DD [Diário Digital] o ciclo fechou-se”.
“Ficam as recordações de muitos anos de bom trabalho e as pessoas (que são sempre o mais importante)”, diz Pedro Curvelo, num ‘post’ onde identifica muitos dos jornalistas com quem trabalhou.