Tem início hoje e decorre até sábado a Semana Europeia da Vacinação, uma iniciativa que atinge este ano a nona edição e que, sob o lema “Impedir, Proteger, Imunizar”, pretende sensibilizar as populações de toda a Europa para a importância da vacinação como forma de profilaxia do desenvolvimento de muitas doenças, nomeadamente algumas das mais mortais patologias humanas.
A iniciativa que Portugal acompanha pelo quinto ano consecutivo, divulgou a Direcção-Geral de Saúde (DGS), abrange os 53 países da Região Europeia da Organização Mundial de Saúde, que organizam iniciativas de sensibilização a nível nacional.
Para a DGS, “a implementação dos programas nacionais de vacinação nas últimas décadas atingiu valores inimagináveis no passado”.
“Várias regiões do nosso planeta conseguiram controlar muitas doenças que eram verdadeiros flagelos antes da vacinação. A Europa, por exemplo, está desde 2002 considerada livre de poliomielite e os casos de sarampo foram reduzidos em mais de 90%”, recorda a entidade, que em Portugal é responsável pela gestão do Plano Nacional de Vacinação.
Não obstante a DGS avisa que “ainda há muito por fazer”. “Em alguns países existem falhas na percentagem da população que está vacinada, o que tem contribuído para o recrudescimento de doenças que há poucos anos pareciam quase eliminadas, como o sarampo e a rubéola”, refere ainda o comunicado do organismo do Ministério da Saúde.
A vacinação em Portugal
Em 1965, tem início em Portugal o primeiro Programa Nacional de Vacinação (PNV) com o patrocínio de, entre outros mecenas, a Fundação Calouste Gulbenkian e que incluía as vacinas contra a poliemielite, difteria, tétano, tosse convulsa, tuberculose e varíola.
A primeira grande alteração ao PNV surgiria em 1974, com a introdução da imunização contra o sarampo e, em 1980, teria lugar a primeira saída de uma vacina do plano, a da varíola, uma vez que a doença foi considerada erradicada.
Já em 1987, a revisão do PNV integra no esquema de vacinação nacional as vacinas contra a parotidite e rubéola, integradas na trivalente VASPR (sarampo, parotidite e rubéola).
Em 1993, chega a vez do PNV admitir no seu seio a imunização obrigatória contra a hepatite B nos adolescentes entre os 11 e os 13 anos e, sete anos mais tarde (2000), o plano passa a incluir a vacinação generalizada contra a hepatite B e contra o haemophilus influenzae tipo B (hib).
Já depois primeira década deste século a vacinação contra a difteria passa a ser alvo de reforço durante toda a vida em conjunto com a vacinação contra o tétano e integram o PNV as vacinas contra o neisseria meningitidis do serogrupo C e as infecções por vírus do papiloma humano.
No Algarve e de acordo com dados oficiais a taxa de cobertura vacinal global atingia, em 2013, valores entre os 96 e os 99%, enquanto que a taxa de cobertura contra o vírus do papiloma humano (3ª dose) tinha um valor de 78,4% (para a coorte de 1992 [conjunto de população nascida em 1992] – 1º ano campanha) e de 73,4% (para a coorte de 1998).