Uma centena de polícias manifestaram-se esta quinta-feira em Lisboa, em silêncio, para denunciar “os problemas estruturais e graves” da PSP e exigir ao Governo a resolução desses problemas.
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) esperava cerca de mil manifestantes vindos de norte a sul do país, mas o total de polícias presentes rondou os 150, um número bem abaixo do que era expectável mas justificado pela chuva que se fez sentir e ao jogo de Portugal contra o Gana, a contar para o Mundial de futebol.
Entre as questões que levaram ao protesto em Lisboa constam os baixos salários, o envelhecimento do corpo policial, a pouca atratividade da profissão, a falta de efetivos, incapacidade operacional, saúde e pré-aposentação.
“Há esquadras onde está a chover, há esquadras onde há abalos devido às pingas que caem, há infiltrações diversas. Não há papel higiénico, não há papel de impressão”, revelou Carlos Silva, agente da PSP de Lisboa.
Com a subida da inflação, também na polícia se sofre com a perda de rendimento efetivo. A subida salarial para 2023, decidida pelo Governo, é tida como insuficiente.
“Se o Governo não der aqui um sinal claro de alteração do paradigma, do ponto de vista do que são os salários e das condições de trabalho os polícias, que já estão a pagar uma fatura severa vão ver transferidos esses constrangimentos para aquilo que são as populações”, disse Paulo Santos, da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia.
O protesto saiu do Largo de Camões pouco depois das 18:30 horas em direção à Assembleia da República, em São Bento. Alguns dos manifestantes seguravam bandeiras da ASPP e a encabeçar o protesto transportavam uma faixa onde se lia “Por todos”, frase rodeada de imagens de punhos cerrados.
Os manifestantes percorreram as ruas em silêncio, uma opção justificada com a afirmação de que “o silêncio diz muita coisa”.
“Esta manifestação tem como objetivo fazer chegar ao poder político os problemas estruturais e graves da PSP”, disse à agência Lusa o presidente da ASPP/PSP.
A capacidade operacional da polícia está a diminuir a olhos vistos e uma das soluções encontrada foi obrigar ao adiamento da ida para reforma.
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