É com Paulo Alves que o PS pretende afastar Rui André e o PSD da gestão do concelho de Monchique e da respectiva Câmara. Uma gestão que o candidato diz que em oito anos “somou problemas à equação [de gestão] do concelho”.
Desertificação, economia débil e falta de equipamentos culturais são questões que o candidato destaca nas respostas que deu ao POSTAL.
As respostas do candidato às perguntas do POSTAL
POSTAL (P): Quais as razões determinantes para que se candidate à Presidência da Câmara?
Paulo Alves (PA): Aceitei o desafio que o PS me colocou, ciente da sua importância e dimensão, porque, como cidadão natural de Monchique e onde sempre residi, não podia acomodar-me. Não podia desistir da minha terra.
Afirmo-me com orgulho de ser monchiquense ou monchiqueiro e considero que esta terra tem um potencial diferenciador que importa apostar, valorizar e dignificar, condição essa que nos permite construir um Monchique Melhor. Mas tenho a certeza e a gratidão de não o sentir nem fazer sozinho.
Foram estas razões que me fizeram assumir e liderar uma equipa motivada e determinada cujos elementos também se desassossegaram. Somos cidadãos que não aceitamos o marasmo que têm sido oito anos de PSD na Câmara Municipal. Estamos desiludidos com uma gestão que se traduz numa mão cheia de coisa nenhuma e num desnorte que nem permitiu cuidar daquilo que já estava feito. Por isso, não podemos nem querermos desistir da nossa terra. É isso que determinou a nossa candidatura.
P: Na sua opinião quais são os problemas fundamentais do concelho?
PA: O concelho apresenta, desde logo, algumas carências de carácter estrutural, como sejam equipamentos culturais. Talvez sejamos caso único de concelho que não tem sala ou espaço para espectáculos. Veja-se que as feiras e outros eventos têm sido alojados ano após ano em tendas e estruturas improvisadas para o efeito.
Mas há outras necessidades de infraestruturas e equipamentos, nomeadamente para apoio à economia local e no intuito da sustentabilidade, bem como conducentes à fixação da população e à dinâmica do território. Todavia, os últimos oito anos trouxeram mais problemas para esta equação: a rede viária está uma lástima, equipamentos municipais obsoletos, autocarros em fim de vida, equipamentos urbanos ao abandono, espaços verdes mal cuidados, trabalhadores municipais desmotivados… Torna-se necessário agir.
É imperativo despertar consciências, ouvir e envolver as pessoas para que consigamos corrigir esta panóplia de problemas, vencer a inércia e recuperar a esperança.
P: A sua candidatura é a melhor opção para dirigir os destinos da Câmara porquê?
PA: Somos uma alternativa credível. Apresentamo-nos conscientes do contexto em que o território e as pessoas estão mergulhados. Aceitámos o desafio de nos candidatarmos porque temos consciência das capacidades individuais de cada elemento que integra esta equipa que lidero, assim como do que resulta do somatório do que cada um traz ao nosso projecto.
A candidatura do PS envolve aproximadamente 80 pessoas: 70% são independentes, 60% homens, 40% mulheres e 30% são jovens. Constituímos uma equipa motivada, capaz, empenhada e com um projecto abrangente e plural, para construir um Monchique Melhor.
Queremos um concelho onde os jovens também contem, onde os menos jovens tenham acesso a muito mais do que sorrisinhos, palmadinhas nas costas e a notícias de fábulas fantásticas nos jornais ou publicações no facebook.
Monchique precisa de muito mais daquilo que tem tido e nós somos a equipa com melhores condições para conseguir trabalhar por isso e alcançar esses objectivos colectivos.
P: Quais as grandes propostas diferenciadoras da sua candidatura face às dos restantes candidatos?
PA: Desconhecemos as outras propostas mas temos a consciência de que o nosso programa promove a diferenciação positiva, valorizando pessoas e território, respeitando tradições, natureza e potencialidades. Somos uma equipa coesa, assente no respeito e colaboração como há muito tempo não tínhamos.
Nada nos move contra ninguém. O que nos move é a nossa terra, a certeza de que é possível inverter o estado de coisas, combater despovoamento e desertificação e conseguir um melhor futuro para quem cá vive, quem nos visita ou quer investir.
Associativismo, reabilitação urbana, espaços públicos e verdes, rede viária, economia sustentável, novos produtos e oportunidades de negócio, emprego, turismo, equipamentos colectivos, apoio ao domicílio, prevenção e autoproteção de incêndios, parque biológico, juventude, habitação, parcerias e sinergias, são temas que marcam a nossa aposta. Queremos Monchique Melhor. É isso que nos diferencia!
P: As duas primeiras medidas estruturantes a avançar caso vença as eleições, quais serão?
PA: Estamos cientes que é imperativo mudar o rumo a que Monchique está voltado. Este sentimento é partilhado cada vez por mais gente, em especial por quem gosta da sua terra e quer travar o definhamento, despovoamento e desertificação. É essa certeza que marca a nossa agenda e nos leva a construir um programa com projectos exequíveis e que respondem às necessidades e problemas do concelho, mais relevantes ou prioritários, bem como procura encontrar novas propostas para recuperar a esperança e garantir um futuro melhor.
É esta consciência que nos faz assumir um ambicioso programa que se quer pelas pessoas, com as pessoas e para as pessoas. A política só faz sentido se estiver ao serviço das pessoas. Há muito para fazer. Não podemos cingir-nos a duas medidas. Mas não descuremos que é fulcral preparar a estrutura camarária envolvendo e motivando os trabalhadores.
A outra medida é um conjunto de medidas para os primeiros 100 dias de gestão da Câmara, que apresentaremos na campanha.