Nuno Serafim é candidato à Câmara de Lagos onde disputa a cadeira do poder com quatro mulheres e um outro homem que defende as cores de um Grupo de Cidadãos Eleitores.
À frente da coligação que une PSD, CDS-PP, MPT e PPM, que assume a designação de Unidos por Lagos, o candidato da direita quer por fim à austeridade que a dívida da autarquia impõe em Lagos.
AO POSTAL o político explicou a sua visão do concelho a dias da decisão final que caberá aos eleitores a 1 de Outubro.
As respostas do candidato às perguntas do POSTAL
POSTAL (P): Quais as razões determinantes para que se candidate à Presidência da Câmara?
Nuno Serafim (NS): Em primeiro lugar porque considero a participação na vida política como das formas mais nobres da participação cívica e por julgar que tenho o dever de assumir as minhas responsabilidades enquanto cidadão para promover o progresso, o bem-estar e a qualidade de vida que há muito andam afastados dos lacobrigenses e de quem nos visita.
Considero igualmente que a experiência acumulada, quer seja no exercício de cargos políticos, quer seja no exercício de outras funções do foro privado, proporcionaram-me o contacto com as reais dificuldades que as pessoas enfrentam no seu dia-a-dia, bem como a motivação para encontrar as soluções necessárias a resolver grande parte dos problemas que afligem os lacobrigenses.
Finalmente, não posso negar o apoio interno no PSD assim como a facilidade do consenso alargado alcançado com os restantes membros da coligação e independentes que se juntaram a nós, face à necessidade, ou melhor, urgência, em remover este executivo PS da gestão do nosso município.
P: Na sua opinião quais são os problemas fundamentais do concelho?
NS: Muitas pessoas desconhecem que Lagos foi recentemente um dos municípios mais endividados do país graças a uma dívida superior a 170 milhões de euros, gerada pelos socialistas. Só não ficámos pior graças à alteração da lei das finanças locais e da ajuda do governo PSD/CDS com o Programa de Apoio à Economia Local. Apesar disso, as dívidas permanecem e são pagas e com taxas e taxinhas, em valores dos mais altos praticados em Portugal, devastando quem vive, quer viver ou manter uma atividade económica em Lagos.
É portanto urgente, acabar com a austeridade municipal. Falta apostar na reabilitação urbana e na habitação a custos controlados para atrair/fixar pessoas, investimento e empregos. Não existem estratégias de promoção turística que combatam a sazonalidade e nos coloquem como primeira escolha de destino para férias a nível nacional e internacional. Estão abandonadas as vertentes da beleza paisagística, da produção local e do património histórico e cultural.
P: A sua candidatura é a melhor opção para dirigir os destinos da Câmara porquê?
NS: Consegui unir várias sensibilidades políticas e cidadãos independentes num projeto com soluções credíveis para gerir o concelho de forma competente. Partilhamos a esperança na mudança que tire Lagos da estagnação iniciada quando se tornou impossível esconder o buraco financeiro do município.
Pessoalmente e considerando o meu percurso na vida política, a experiência profissional como advogado, dirigente associativo e empresário, sei que estou melhor preparado para responder às reais necessidades e dificuldades sentidas no dia-a-dia pelas pessoas do meu concelho. Conto ainda com o apoio de um conjunto alargado de pessoas ligadas às mais diversas profissões, com as quais foi possível trabalhar na definição de soluções que ponham fim ao laxismo e incompetência que vigora sob a tutela socialista.
P: Quais as grandes propostas diferenciadoras da sua candidatura face às dos restantes candidatos?
NS: As nossas principais propostas prendem-se com o adaptar o concelho às exigências atuais e futuras, não esquecendo o combate à sazonalidade que atormenta todo o Algarve, sendo primordial a implementação de medidas de apoio efectivas em vez de medidas esporádicas e desenquadradas da realidade. Há também que enquadrar o concelho numa lógica supramunicipal e internacional.
O actual executivo esqueceu-se que a nível regional concorremos com mais 15 municípios na atração de investimento e turismo, enquanto a nível internacional a competição é ainda maior e temos que ter ambição para concorrer a esse nível também. Lagos possui uma beleza paisagística bastante atrativa em termos turísticos e apetecível do ponto de vista do investimento, sem esquecer as quase intocadas vertentes histórico-culturais. A estratégia dos socialistas para o desenvolvimento tem sido comprometer o património existente e ir aos bolsos dos lacobrigenses. Nós assumimos um desenvolvimento sustentado numa gestão rigorosa.
P: As duas primeiras medidas estruturantes a avançar caso vença as eleições, quais serão?
NS: Como referi anteriormente: É urgente acabar com a austeridade municipal e reduzir a carga fiscal sobre os lacobrigenses e sobre a atividade económica em Lagos. Para isso iremos rever todas as despesas assumidas e a forma de as reduzir sem comprometer o normal funcionamento dos serviços. Sabemos que é possível. Julgo que um outro grande projeto será mudar a filosofia de trabalho e reorganizar os serviços autárquicos, para que possam dar resposta às necessidades dos cidadãos de uma forma mais célere e menos onerosa. Neste momento há lacobrigenses que passam meses à espera ou nem sequer obtenham qualquer esclarecimento de resposta dos serviços autárquicos.
Outra vertente inerente a esta reorganização é o aumento da transparência da atividade municipal. Lagos é recorrentemente como um dos municípios menos transparentes em Portugal, por exemplo: soube-se recentemente que vão ser investidos quase 4 milhões de euros no museu municipal mas desconhece-se qual projeto sobre este investimento.