O mau tempo que afecta desde há dias o Reino Unido mantém-se e as autoridades inglesas respondem na medida do possível às populações afectadas, em particular, no sudoeste da Inglaterra.
De acordo com o Met Office (equivalente no Reino Unido ao Instituto Português do Mar e da Atmosfera na área de meteorologia) o dia de hoje será marcado por neve e chuva que atingirão a quase totalidade do país.
Para a Irlanda do Norte o Met Office prevê para hoje céu nublado mas sem chuva, e para amanhã a queda de neve. Para a Escócia as previsões de hoje apontam para a queda de neve por vezes forte, excepção feita às zonas do nordeste onde se prevêem aguaceiros fracos e sul onde o céu apenas estará nublado. Já amanhã a escócia terá neve em todas as áreas excepto no nordeste onde o céu estará limpo.
Para o País de Gales hoje o céu apresentará poucas nuvens, mas amanhã o Met Office avança com previsões de piora geral do tempo, com chuva forte a afectar o litoral norte.
Na Inglaterra, hoje, sem chuva só mesmo o este e nordeste, com céu limpo no primeiro caso e nuvens fracas no segundo. As Midlands, e o noroeste de Inglaterra contam com aguaceiros fracos e Yorkshire & Humber vão alternar entre a chuva e a queda de neve. Para o Met Office a previsão para as áreas de Londres e sudeste inglês antevê céu muito nublado com chuva a atingir as zonas costeiras.
Pior cenário hoje para o sudoeste inglês onde estão previstos aguaceiros fortes, que manhã se transformarão em chuva fraca.
Ainda para amanhã o nordeste e Yorkshire & Humber podem contar com chuva, enquanto o resto do território de Inglaterra, este, Londres e sudeste e as Midlands, segundo os meteorologistas, ficará sem chuva.
Alertas máximos para inundações
Entretanto a Agência de Ambiente do Reino Unido mantém activos 14 alertas severos de inundação para a bacia do Rio Tamisa, o nível mais elevado da escala de alertas britânica para cheias.
O segundo maior rio do Reino Unido, que atravessa Londres nasce em Gloucestershire e desagua em Essex, é conhecido pelas cheias que a história inglesa relembra em datas como 1928, 1947 e 1953, e é actualmente a zona de maior preocupação.
Citado pela BBC o primeiro-ministro britânico, James Cameron, que tem realizado deslocações às áreas afectadas pelo mau tempo, diz que “as cheias têm sido um enorme desafio” o qual os ingleses terão de gerir “numa longa jornada”.
O canal inglês avança ainda que, no total, mais de cinco mil propriedades foram inundadas nos últimos dois meses depois do “período de chuva mais forte verificado em Inglaterra e País de Gales nos últimos 250 anos”.
Portuguesa a viver no sudoeste de Inglaterra retrata a situação
O Postal contactou uma portuguesa a viver no sudoeste de Inglaterra, a zona mais afectada pela intempérie, que faz o retrato da situação e da reacção dos ingleses.
Gabriela Serôdio, habitante de Shaftesbury, em Dorset, relata que embora viva numa zona alta não afectada pelas inundações, a população do sudoeste inglês tem sido profundamente fustigada pelo mau tempo.
A viver há mais de uma década em Inglaterra, Gabriela Serôdio refere que “a parte má é que pessoas perdem todos os seus haveres nas enxurradas, vão as memórias que guardam… tudo vai”.
Quanto à postura da população, a mesma fonte adianta que “a reacção é a de sempre, todos os anos há tempestades enormes no sul junto à costa, principalmente na Cornualha, onde há desabamentos, enchentes e casas que vão com as enxurradas , simplesmente a ajuda estatal e das Câmaras locais é sempre pronta e rápida”.
Gabriela Serôdio destaca que “as pessoas já estão habituadas… no dia seguinte arregaçam as mangas limpam e tentam salvar o que for possível, quando possível”, sublinhando que, “não há o coitadinho de mim, o que é que vou fazer agora?”, esta postura, diz, “não faz parte da personalidade, nem da maneira de ser Inglesa”.