O presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, defendeu esta terça-feira, em Bruxelas, que as novas tecnologias “podem contribuir para um envelhecimento mais activo e integrado na sociedade e permitir um acesso universalizado aos cuidados de saúde”.
Luís Gomes, também membro do Comité das Regiões da União Europeia, é um dos oradores convidados da Cimeira Europeia da Inovação Digital para o Envelhecimento Activo e Saudável, evento que se irá prolongar até ao dia 8 de Dezembro e reúne mais de 1500 especialistas para debater o envelhecimento da sociedade europeia.
A iniciativa inclui uma audiência internacional com representantes de 74 regiões europeias e convidados dos governos do Japão, Canadá e EUA, bem como representantes da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
Para Luís Gomes, que também irá presidir um dos painéis da cimeira, as novas tecnologias “constituem uma alternativa às repostas tradicionais (nem sempre eficazes) e são uma ferramenta poderosa para promover políticas inteligentes de envelhecimento, dando aos utentes a possibilidade de se manterem no seu ambiente habitual, não alterando rotinas de vida”.
Autarca defende que ‘têm de ser encontradas soluções a partir dos recursos tecnológicos existentes’
Esta posição ganha ainda mais força num momento em que os organismos da UE debatem como a inovação digital poderá transformar o futuro da saúde – e alargar a assistência a mais quatro milhões de europeus – ou como o mercado único digital poderá transformar as tendências demográficas, invertendo ciclos e contribuindo para o desenvolvimento social e económico da Europa.
Dando como exemplo a dificuldade de acesso aos cuidados de saúde em Portugal, por parte das pessoas idosas, o autarca português considera que as novas tecnologias estão já em condições de oferecer respostas organizadas e responsáveis, desde um rastreio de saúde a uma consulta médica através de suportes digitais e tecnológicos.
Para que tal seja uma realidade a curto e médio prazo, o membro português do Comité das Regiões frisa “a necessidade de construir redes entre o sector público e privado, criando oportunidades para o aparecimento do empreendedorismo social, ou seja, respostas estruturadas, qualificadas e integradas no âmbito da economia social”, defende.
“Hoje têm de ser encontradas, com urgência, soluções, a partir dos recursos tecnológicos existentes, para as pessoas envelhecerem com dignidade e, acima de tudo, sentirem-se úteis”, remata Luís Gomes, que recentemente viu aprovado pela Comissão Europeia um parecer para reforçar a Economia Social, sector já responsável por 11 milhões de postos de trabalho na Europa, em especial nos territórios rurais ou caracterizados pelo rápido envelhecimento da população.