Jaime Faria foi o único jogador a conseguir vencer a chuva e o adversário e qualificar-se para os oitavos de final do 2.º Tavira Mens Open by Crédito Agrícola, o torneio internacional de ténis, da categoria de M25, com 25 mil dólares em prémios monetários, cujo quadro principal arrancou esta terça-feira na Pedras Tennis & Padel Academy.
É o segundo de uma série de dois eventos M25 organizados pelo Tavira Racket Club, com um forte apoio da Federação Portuguesa de Ténis (FPT). Apesar da chuva matinal, ainda foi possível concluírem-se sete encontros da fase de qualificação e um do quadro principal.
Jaime Faria, de 20 anos, o quinto cabeça de série, defrontou pela primeira vez João Domingues, talvez o mais credenciado participante do torneio, e bateu-o por 6-3 e 6-2, em uma hora e 31 minutos.
Domingues, internacional português da Taça Davis e vencedor de 3 títulos no ATP Challenger Tour, já tinha perdido na semana passada na primeira ronda com o futuro finalista da prova, o francês Valentin Royer. Já Jaime Faria passou aos oitavos de final pelo 12.º torneio seguido. É preciso recuarmos a junho para vermos a sua última derrota numa primeira ronda.
É certo que Domingues, aos 30 anos, continua a tentar gerir uma lesão num pé. É, aliás, evidente que o seu famoso jogo de pés está longe do melhor e a confiança não pode estar lá em cima. Para mais, num dia ventoso, Faria foi capaz de servir muito bem, com 7 ases, 73% de pontos ganhos no primeiro serviço e 50% no segundo.
“O melhor que fiz no jogo foi o serviço. Servi bem, mas, para ser sincero, não me senti bem em campo, porque estavam condições complicadas, com muito vento e não foi dos encontros que mais gostei de jogar. Joguei com o que tinha”, disse o atleta do Centro de Alto Rendimento da FPT.
Jaime Faria tem a noção das limitações do adversário, mas lembra-se bem da qualidade de jogo de que é capaz quando está em forma: “É um dos nossos maiores talentos de sempre. Vi-o jogar no Estoril Open com campanhas extraordinárias, vi-o jogar em Braga quando ganhou o título, é um exemplo para todos nós e sinto-me muito feliz por tê-lo derrotado”.
O encontro terminou mesmo quando a chuva reapareceu e Jaime Faria ficou a saber que já não iria jogar pares com Henrique Rocha, na primeira ronda, num torneio em que voltam a ser os primeiros cabeças de série. Deveriam ter defrontado o sueco Simon Freund e o dinamarquês Johannes Ingildsen.
Terça-feira foi um dia de duelos entre portugueses e dinamarqueses e quase parecia uma mini-Taça Davis entre os dois países, mas com os encontros em simultâneo e em courts contíguos.
Foram embates referentes à última ronda da fase de qualificação e terminaram com uma vitória para cada lado.
O dinamarquês Johannes Ingildsen perdeu com o ‘canhoto’ setubalense Diogo Marques por 3-6, 6-4 e 10/3 (o terceiro set, na fase de qualificação, é um ‘match-tie-break’), ao cabo de duas horas e cinco minutos.
Enquanto isso, Philip Hjorth – que mais parece norte-americano, onde estudou e competiu –,
impossibilitou o campeão nacional, Fábio Coelho, de jogar o quadro principal pela segunda semana seguida, desfeitando o jogador de Oliveira de Azeméis por 6-1 e 6-4, em uma hora e 34 minutos. Parciais enganadores, dada a dureza dos três primeiros jogos.
Outro português eliminado na ronda de qualificação foi Martim Simões, por 6-1 e 6-0 diante do francês Alexis Boureau.
Com a vitória de Diogo Marques – sendo a segunda semana seguida em que passa a qualificação –, Portugal passou a ter sete representantes no quadro principal (contando com João Domingues, já afastado). E poderão ser oito, uma vez que o portuense Francico Oliveira ainda pode derrotar o neerlandês Mats Brescheijder na ronda de qualificação que irá concluir-se amanhã (quarta-feira). No momento em que a chuva reapareceu havia um set para cada lado, com o resultado em 2-6, 6-4.
Só depois de fechar-se o ‘qualifying’, o supervisor da Federação Internacional de Ténis, Paulo Cardoso, poderá sortear os jogadores apurados da qualificação e esse sorteio interessa de sobremaneira aos jogadores portugueses. Tiago Pereira, que desta feita precisou de um ‘wild card’, defronta um ‘qualifier’, tal como Pedro Araújo, outro dos convidados da FPT.
Francico Rocha, também beneficiário de um ‘wild card’, regressará ao court para encerrar o confronto da primeira ronda com o ucraniano Aleksandr Braynin, com o resultado em 6-4, 3-6, 1-1.
Henrique Rocha – que passou esta semana para terceiro cabeça de série, por o torneio estar mais forte do que o da semana passada, que ele ganhou – vai medir forças com o austríaco David Pichler, um adversário que ele derrotou no Sábado passado, na final de pares.
Para já, Tiago Pereira é o único português situado na metade superior do quadro principal. Os outros cinco estão na metade inferior, mas ainda falta saber onde ficará Diogo Marques (e, eventualmente, Francisco Oliveira).
A jornada desta quarta-feira arranca logo às 09:30 e há melhor previsão meteorológica.
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