O crédito à habitação tem sido uma preocupação para muitos portugueses, especialmente em relação às taxas Euribor que atingiram valores historicamente elevados. Para aliviar o peso das prestações, o Governo anunciou um conjunto de medidas. Desde a passada quinta-feira, os clientes bancários têm a oportunidade de pedir a adesão ao regime que fixa a prestação do crédito à habitação por dois anos, resultando num valor inferior ao atual.
Mecanismo de fixação da prestação por 2 Anos
A partir de hoje e até o final de março de 2024, os clientes bancários podem solicitar ao seu banco a adesão a este mecanismo. Este regime abrange empréstimos a taxa variável contraídos até 15 de março de 2023, com um período de amortização superior a cinco anos. Após o pedido, os bancos têm 15 dias para responder, incluindo simulações da prestação “normal” e da prestação com parte do valor diferido. Os clientes terão, então, 30 dias para informar o banco se desejam ou não a fixação da prestação.
Na prática, os clientes que aderirem a este mecanismo pagarão menos durante dois anos do que o valor atual. Nos quatro anos seguintes, a prestação retorna ao seu valor “normal” (com a taxa de referência da época totalmente refletida). Após os quatro anos, as famílias pagarão nas prestações restantes o valor que não foi pago durante o período de redução. É importante destacar que os bancos não podem cobrar comissões ou encargos pela fixação da prestação.
Perceba o impacto
A associação de consumidores Deco/Proteste realizou simulações para a Lusa, demonstrando o impacto no valor total pago pelo crédito quando os clientes optam por aderir à fixação da prestação.
Por exemplo, para um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos, com um spread de 1,25% e indexado à Euribor a seis meses, a prestação mensal atual é de 831,09 euros. Ao aderir à moratória, a prestação passa para 722,28 euros, resultando numa poupança de 108,82 euros por mês. Durante os dois anos de fixação da prestação, a poupança total é de 2.611,65 euros.
Após esse período, quando o cliente volta a pagar a prestação “normal” juntamente com o montante diferido, a prestação mensal é de 850,87 euros. A Deco/Proteste calcula que o custo adicional em juros durante todo o contrato para um cliente que adira a esta moratória seja de 3.082,13 euros.
Esta medida surge como uma forma de proporcionar algum alívio financeiro aos clientes de crédito à habitação, especialmente em tempos de taxas Euribor elevadas. No entanto, é importante que os clientes avaliem cuidadosamente as implicações financeiras a longo prazo antes de optar por esta opção.
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