O Tribunal Revolucionário de Teerão condenou este domingo um sexto arguido à morte pela participação nos protestos contra o uso obrigatório do véu islâmico, informou a Mizan Online News, agência noticiosa da Autoridade Judicial.
O arguido foi considerado culpado de ter “puxado de uma faca com a intenção de matar, de semear o terror, de criar insegurança na sociedade durante os recentes motins”, explica a Mizan.
O tribunal decidiu que o condenado era um ‘mohareb’ (‘inimigo de Deus’ em persa)”, acrescentou a agência.
Nos últimos dias, outros cinco “desordeiros” — conforme a classificação das autoridades judiciais iranianas -, também foram condenados à morte pelo Tribunal Revolucionário. Os arguidos podem recorrer da sentença para o Supremo Tribunal.
A República Islâmica do Irão foi abalada por uma onda de protestos desde a morte, em 16 de setembro passado, de Mahsa Amini, uma iraniana curda de 22 anos que estava detida pela polícia moral por quebrar o rígido código de vestuário para as mulheres no país.
As autoridades denunciam “motins” incentivados pelo Ocidente e prenderam milhares de pessoas.
Este sábado, uma iniciativa de apoio “à atual revolução nesse país”, que decorreu em simultâneo em 25 países, incluindo Portugal, apoiando a contestação iraniana. O movimento assinalou também a memória das mais de três mil pessoas mortas nos protestos de 2019, que ficaram conhecidos como “bloody November” (“novembro sangrento”) devido à repressão brutal que autoridades exerceram sobre os manifestantes que contestavam o aumento dos preços dos combustíveis e a resposta do governo ao abate do voo 752 da Ukraine International Airlines.