O Bloco de Esquerda leva a votos para a Câmara de Olhão, actualmente liderada pelo PS, a equipa liderada por Ivo Madeira.
Apostado, como o próprio refere nas respostas que deu ao POSTAl, na tranparência na gestão da autarquia, Ivo MAdeira quer água mais barata no concelho.
A habitação e os elevados custos praticados, quer no arrendamento, quer na compra actualmente no concelho é outra das preocupações deste candidato.
As respostas do candidato às perguntas do POSTAL
Postal (P): Quais as razões determinantes para que se candidate à Presidência da Câmara?
Ivo Madeira (IM): Por uma nova política autárquica capaz de resolver os problemas de Olhão e dos olhanenses. Assim, propomos políticas de proximidade e de total transparência, de valorização dos recursos locais, de defesa e requalificação do território, melhoria dos serviços de Educação e Cultura, respeito pelo ambiente, um turismo sustentável e diferente, uma atenção muito especial à área social e sobretudo criar uma verdadeira política de habitação.
(P):Na sua opinião quais são os problemas fundamentais do Concelho:
IM : – Habitação. Como é sabido os preços das casa para venda ou arrendamento estão muito elevados. Como satisfazer as necessidades dos jovens e das famílias mais carenciadas? Para resolver este problema tem que haver investimento municipal e o executivo tem ao seu dispor um conjunto de instrumentos que o permitem. Apontaria os programas “ Reabilitar para Arrendar “ que faculta empréstimos a trinta anos e “ Habitação a Custos Controlados “ nas suas vertentes arrendamento ou venda.
– É urgente ajustar, no sentido da baixa, os actuais tarifários da água e saneamento ; depois dos brutais aumentos de 2016, não isentos de ilegalidade, e numa realidade social tão carenciada economicamente.
– Uma aposta num turismo sustentável assente na economia e na identidade locais que explore nichos de oportunidade ( aposta no turismo cultural e de alojamento local em vez de turismo de marina ou de hotel de carácter massificado.
(P): A sua candidatura é a melhor opção para dirigir os destinos da Câmara porquê?
IM : Apostamos num desenvolvimento harmonioso e sustentável e que deve começar pelas pequenas obras e arranjos mas que facilitam a mobilidade das pessoas e tornam a cidade mais atrativa para os seus visitantes. São muitas as ruas de Olhão que se apresentam sujas, faltam pedras nas calçadas ,lancis escorregadios e perigosos , tão polidos estão. É importante criar o hábito de lavagem das ruas, o período sem chuvas é longo e muitas das ruas apresentam-se negras da sujidade, e que boa promoção seria para a cidade, que durante muitos anos carregou o estigma dos maus cheiros provocados pela Safol ( farinhas de peixe ).
Um desenvolvimento harmonioso, a nível da Cultura, por exemplo. Existem dois núcleos museológicos no Concelho, o de Moncarapacho que está quase sempre encerrado e o de Olhão, sempre aberto. É necessário coloca-los a funcionar em rede, partilhando recursos e rentabilizando as respectivas estruturas.
(P): Quais as grandes propostas diferenciadoras da sua candidatura face às dos restantes candidatos?
IM: Uma política orçamental diferente, com contas equilibradas e com orçamentos mais baixos quer do lado das receitas quer do lado das despesas.
Em relação às receitas é urgente baixar a taxa de IMI, não há razão que justifique que Olhão tenha a 3ª taxa mais elevada do Algarve. Por outro lado é necessário baixar as tarifas de água e saneamento que são excessivamente penalizantes, principalmente para as famílias de menores recursos.
Do lado das despesas é possível reduzi-las, cortando os gastos desnecessários, como por exemplo os subsídios a festas ou a festivais e que custam para cima de 250.000€ por ano, ou as despesas com a promoção da cidade que neste momento nos parecem desnecessárias ( cerca de 180.000)
(P): As duas primeiras medidas estruturantes a avançar caso vença as eleições, quais serão?
IM: Serão duas medidas para defesa da Ria. Grande parte dos olhanenses vivem e dependem da Ria Formosa, é necessário e urgente salvá-la das graves ameaças que pairam sobre ela. Outras entidades deveriam resolver o problema do assoreamento das barras e canais mas a Câmara tem obrigações e uma delas é completar o saneamento da cidade. A primeira medida será resolver o problema dos esgotos urbanos que vão parar à Ria, precisamos detetar as ligações ilegais e repará-las. A segunda prende-se com a urgência de levar a cabo as obras de saneamento da Ilha da Armona. São cerca de setecentas fossas, feitas em base de areia que vão poluir as águas da Ria ameaçando várias espécies, nomeadamente as ameijoas que são o sustento de muitos viveiristas e mariscadores.