O Hospital do Barlavento Algarvio (CHBA) vai ter uma câmara hiperbárica até ao próximo Verão, numa iniciativa do projecto de turismo subaquático Ocean Revival que vai permitir o tratamento de acidentes de descompressão característicos da actividade de mergulho, mas também de outro tipo de patologias como são os casos de intoxicações por monóxido de carbono, surdez súbita, queimaduras ou lesões por radiação, entre outras.
A câmara hiperbárica a instalar no CHBA é uma estrutura em aço, completamente estanque ecom ambiente pressurizado que terá capacidade para oito pacientes em simultâneo, dois técnicos e equipamento de monitorização. Com uma equipa de um médico, um enfermeiro e um técnico em permanência, num ambiente controlado ao nível da pressão, temperatura e humidade, vai ser possível administrar oxigénio totalmente puro, quer por inalação, quer direcionando directamente para a lesão a tratar.
Em Portugal estão disponíveis de momento quatro unidades equipadas com câmaras hiperbáricas, duas no continente, no Hospital da Marinha em Lisboa e no Pedro Hispano em Matosinhos e duas nas ilhas, no Funchal e na Horta.
Ocean Revival investe mais 400 mil euros
O ambicioso projecto turístico Ocean Revival, promovido pela associação Musubmar, pretende sediar ao largo de Portimão “o mais arrojado destino subaquático da Europa”, diz Luís Sá Couto, presidente da associação e mentor do projecto, criando um espaço de mergulho onde estarão, até Outubro, afundados quatro navios representativos da Armada nacional.
O POSTAL ouviu o responsável pela iniciativa que garantiu que o investimento feito na câmara hiperbárica ronda os 400 mil euros e assume que esta é uma valência que “credibiliza” um projecto que “quer colocar o Algarve como destino de mergulho mundial”.
O responsável afirma ainda que, no sentido de garantir a tranquilidade e segurança dos turistas de mergulho, há a necessidade de ter uma instalação capaz de responder a qualquer eventualidade e que, “ao invés de se investir numa câmara mais pequena”, se optou por adquirir “uma de maior dimensão que dê resposta às necessidades da comunidade local que deixa de ter de se deslocar a Lisboa para efectuar este tipo de tratamentos”.
O equipamento vai funcionar na rede do Serviço Nacional de Saúde, permitindo a maximização do aproveitamento da existência desta valência na região.
Projecto turístico concluído até Outubro
Paralelamente ao anúncio da nova instalação da unidade de medicina hiperbárica no CHBA, Luís Sá Couto avançou que o afundamento dos dois navios que vão completar o parque subaquático já tem data marcada.
O afundamento da fragata Hermenegildo Capelo está previsto para o dia 15 de Junho deste ano e do navio hidrográfico Almeida de Carvalho para o próximo mês de Outubro, altura em que estarão também concluídos os projectos laterais da instalação da câmara hiperbárica e do núcleo museológico que vai funcionar no Museu de Portimão.
Até ao momento já estão afundados a corveta Oliveira e Carmo e o navio patrulha oceânico Zambeze.