O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu hoje que se evite uma “retórica provocatória” que possa exacerbar as tensões na península coreana, após os avisos da irmã do líder da Coreia do Norte.
“Queremos que todos evitem um tipo de retórica que possa exacerbar as tensões na península. Em última análise, queremos garantir que as partes voltem ao diálogo e encontrem uma maneira de alcançar a desnuclearização pacífica da península coreana. E queremos que evitem qualquer coisa que seja inútil para esse fim”, afirmou o vice-porta-voz do secretário-geral, Farhan Haq, num ‘briefing’ à imprensa.
O apelo de Guterres surge na sequência das declarações feitas hoje pela irmã do líder da Coreia do Norte que avisou que o país está pronto para tomar “medidas rápidas e esmagadoras” contra os Estados Unidos e a Coreia do Sul, após um avião norte-americano com capacidade nuclear ter sobrevoado na segunda-feira a península da Coreia, no âmbito de um exercício conjunto com aeronaves de guerra sul-coreanas.
Kim Yo-jong não especificou quais as ações planeadas, mas a Coreia do Norte tem vindo a testar frequentemente mísseis em resposta aos exercícios militares de Washington e Seul, os quais interpreta como um ensaio para preparar uma invasão.
“Estamos atentos aos movimentos militares das forças dos Estados Unidos e dos militares fantoches sul-coreanos e estamos sempre em alerta para tomar medidas apropriadas, rápidas e esmagadoras em qualquer altura, de acordo com a nossa análise”, disse Kim Yo-jong, num comunicado citado pelos meios de comunicação estatais.
E acrescentou: “Os movimentos militares e todo o tipo de retórica por parte dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, que são tão frenéticos a ponto de não serem ignorados, proporcionam sem dúvida [à Coreia do Norte] condições para ser forçada a fazer algo para os enfrentar”.
A Coreia do Sul disse que estes exercícios demonstraram a capacidade dos aliados para dar uma resposta decisiva a potenciais agressões norte-coreanas.
Num outro comunicado, também divulgado hoje, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte classificou a ação com o bombardeiro norte-americano B-52 uma provocação imprudente que empurra a situação na península “para o pântano sem fundo”.
Na mesma nota, as autoridades norte-coreanas sublinharam não existirem “garantias de que não haverá um conflito físico violento” se as provocações militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul continuarem.