O Governo vai avaliar a viabilidade de a Força Aérea Portuguesa passar a operar os meios aéreos do Estado e realizar missões de combate a incêndios florestais, segundo o Ministério da Administração Interna.
Numa resposta enviada à agência Lusa, o gabinete do secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, adianta que estão previstas alterações ao nível dos meios aéreos de combate a incêndios.
Uma das alterações passa por avaliar a viabilidade da Força Aérea Portuguesa (FAP) em garantir a operação dos meios aéreos do Estado, sendo esta avaliação feita após a cessação dos actuais contratos com os operadores privados.
De acordo com o gabinete de Jorge Gomes, nas decisões de aquisição de aeronaves pela FAP vai pesar a capacidade de combate a incêndios florestais.
O gabinete do secretário de Estado da Administração Interna avança também que vai ser feito um estudo comparativo, incluindo análise custo-benefício, entre aquisição e locação de meios aéreos dedicados ao combate a incêndios florestais, a operar pela FAP, que discrimine os custos do período crítico dos incêndios.
Em 2006, o Estado português adquiriu 10 meios aéreos – seis helicópteros pesados Kamov e quatro helicópteros ligeiros B3-Ecureuil -, mas actualmente apenas estão operacionais três Kamov e três B3.
A frota começou a ficar mais pequena logo em 2007, quando um B3 se despenhou no Gerês e o piloto morreu.
Dos seis Kamov do Estado, apenas três estão actualmente aptos para voar, estando dois inoperacionais e outro acidentado, desde 2012. O Orçamento do Estado para 2017 tem uma verba prevista para a reparação dos dois helicópteros pesados inoperacionais.
Com a extinção da Empresa de Meios Aéreos, em Outubro de 2014, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) ficou responsável pela gestão dos contratos de operação e manutenção dos meios aéreos próprios do Estado.
Em Fevereiro de 2015, a empresa Everjets ganhou o concurso público internacional de operação e manutenção dos helicópteros Kamov do Estado para quatro anos, num valor superior a 46 milhões de euros.
Anteriormente era a Heliportugal a empresa responsável.
Durante o processo de transferência, verificou-se “uma série de não conformidades graves no estado das aeronaves”, estando apenas operacionais, na altura, um dos seis helicópteros.
(Agência Lusa)