A 6ª Feira da Dieta Mediterrânica apresentou o que de melhor existe na região. Este certame decorreu em Tavira, entre 6 e 9 de Setembro, junto ao Rio Gilão, e contou com 155 stands, 117 destes agroalimentares e 29 institucionais.
A cerimónia de abertura, contou com a presença de Miguel Freitas, secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, assim como dos directores regionais da Cultura, Agricultura e Pescas, Segurança Social, IEFP, CCDR e IPDJ.
Jorge Botelho, presidente da Câmara de Tavira, salientou que durante estes anos “há já um longo caminho feito”, tendo agradecido a todos os parceiros e entidades regionais que desde a primeira hora partilham o programa, assim como à União Europeia com apoios fundamentais, para de algumas forma “podermos trabalhar nesta iniciativa”, assim como ao Governo, nomeadamente ao secretário de Estado, engenheiro Miguel Freitas, que tem a tutela e que está a fazer um trabalho enorme de incentivo e de continuação do projecto e dinamizá-lo, para projectá-lo a nível nacional, tendo sido criada para o efeito uma Comissão da Dieta Mediterrânica que já está a funcionar”. O edil agradeceu a presença de Miguel Freitas, pois o facto de ele estar no evento “é sinal que o projecto vai continuar noutros patamares”.
O autarca salientou que na Feira da Dieta Mediterrânica “não há só empresários, empreendedores, agricultores ou artesanato de Tavira, mas também o que de mais genuíno se faz em Tavira, no Algarve e um pouco por Portugal, aquilo que é genuíno, que devemos projectar tanto na vertente cultural como na vertente do turismo”.
Jorge Botelho enalteceu “a dinâmica que a Dieta Mediterrânica tem dado para a afirmação dos produtos agrícolas portugueses, especialmente os recursos endógenos, a transformação dos produtos de grande qualidade, os circuitos de comercialização e a sua passagem para a fileira do turismo, que quer produtos de qualidade”.
O autarca agradeceu também a quem trabalhou afincadamente “ao longo do ano para termos uma programação, nomeadamente o envolvimento de todos os trabalhadores da Câmara de Tavira, da Taviraverde, das Juntas de Freguesia e das associações que se envolveram”.
A Dieta Mediterrânica projecta o país a nível internacional
Miguel Freitas, secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, afirmou que “se há ideia que pode projectar o país a nível internacional, é a Dieta Mediterrânica, e nós estamos a trabalhar, em primeiro lugar, nesse sentido”. O secretário de Estado enalteceu “o trabalho que tem sido desenvolvido pelo Município de Tavira, como entidade fundadora daquilo que é a Dieta Mediterrânica enquanto Património Imaterial da Humanidade, com todos os parceiros a nível regional que trabalharam em conjunto com o Município ao longo destes últimos três a quatro anos, sendo assim possível consolidar o projecto do ponto de vista institucional. A ideia da criação de um grande centro da Dieta Mediterrânica em Portugal foi bem acolhida e estamos a trabalhar nela”.
O governante garantiu que o Centro de Competências da Dieta Mediterrânica já está constituído, tem cerca de 20 parceiros a nível nacional, destacando- -se “as universidades que trabalharão em conjunto com a Universidade do Algarve, para a salvaguarda da Dieta Mediterrânica, pois num mundo em mudança se não formos capazes de preservá-la podem perdê-la muito rapidamente”.
“Trabalhámos também numa coisa que tem muita visibilidade a nível nacional, aquilo que é o programa as “7 Maravilhas à Mesa”. Houve um grupo liderado pela Universidade do Algarve que na primeira escolha daqueles elementos que passaram à fase seguinte determinou aquilo que eram os elementos da Dieta Mediterrânica que estavam contidos em cada uma das propostas e foi determinante para passar à fase seguinte neste grande concurso que é já nacional”, declarou o secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural.
Miguel Freitas não tem dúvidas de que a “Dieta Mediterrânica é muito importante do ponto de vista dos seus produtos e das suas produções”, mas entende que também “é determinante para a preservação das paisagens alimentares e florestais do país, e esta é uma questão que tem que ser mais trabalhada e investigada no Algarve”.
“Nós estamos a assistir, neste momento, na paisagem alimentar do Algarve, a uma transformação que parece que é lenta mas que vai ser absolutamente irreversível. Nós temos que perceber se aquilo que é verdadeiramente importante para esta região é nós alterarmos a nossa paisagem agrícola à velocidade que estamos a fazê-lo, particularmente nos regadios, ou é a preservação do nosso património em termos de paisagem, nomeadamente do pomar tradicional de sequeiro algarvio. É absolutamente essencial estudar isso, porque está em causa o património e a paisagem do Algarve e nós temos que fazer as nossas escolhas”, rematou.