A presidente da autarquia salienta em entrevista que pretende “dinamizar a cidade até ao final do ano em três momentos: a Fórmula 1, Moto GP e época do Natal.
Isilda Gomes quer Portimão como Capital de MotorSports
Entrevista de Henrique Dias Freire – Jornalista
Quais são os efeitos multiplicadores do retorno esperado das duas grandes provas (Fórmula 1 e GP) que se vão realizar no Autódromo Internacional do Algarve?
No intervalo de um mês, os dois maiores eventos do mundo do desporto motorizado vão ter lugar no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão.
Em primeiro lugar, consideramos que a realização destas duas provas é, desde logo, um momento único de grande projeção da região e do país em todo o mundo. Encaramos estes eventos como uma oportunidade única para dar a conhecer Portimão e a região, não só como destino turístico de eleição, mas também como uma oportunidade para viver e investir.
Pelas características únicas da região, acreditamos que estes eventos trarão potenciais investidores e empresários que vejam aqui uma oportunidade de criar ou expandir os seus negócios, pelo que da nossa parte terão todo o apoio nesse sentido. A região precisa de investimento sustentável e diversificado, capaz de criar riqueza o ano todo e alavancar a nossa economia e as condições de vida dos nossos concidadãos.
Simultaneamente, e no curto prazo, face aos tempos de incerteza que vivemos, acreditamos que estes dois eventos poderão configurar um importante balão de oxigénio para a economia local, tendo potencial para retardar o fecho da época turística, mantendo mais empresas abertas e mais empregos durante as próximas semanas que se avizinham.
Qual foi o seu papel e desempenho para a realização destas duas provas mundiais?
O Município de Portimão esteve desde a primeira hora ao lado de quem sonhou ter um circuito de excelência na região, dando sempre o seu apoio político junto das entidades da administração central e do Governo para tornar este projeto realidade. Não seria possível ter estas duas provas sem esta infraestrutura de excelência na região. É um trabalho de largos anos e por ele felicito o homem do leme, o engenheiro Paulo Pinheiro, que sonhou desde o primeiro momento com este feito.
O trabalho que o Autódromo tem desenvolvido ao longo destes vários anos, apesar de todas as dificuldades que enfrentou, e o qual apoiamos sempre na medida das nossas capacidades, por acreditarmos muito no potencial deste projeto, foi fundamental para se chegar aqui. Recordo que desde 2017 o circuito está homologado com o grau máximo pela Federação Internacional de Automobilismo, condição decisiva para que aí se realizem as mais importantes provas, como é o caso da Fórmula 1.
Quando percebemos que haveria uma oportunidade de termos estas duas provas, este ano, em Portimão, desde logo trabalhámos, em conjunto com o Autódromo, junto do Governo para se conseguir o apoio necessário para convencer os promotores da prova de que a nossa vontade de receber estas provas era enorme.
Felizmente, com o empenho de todos e com o envolvimento do Governo, conseguimos tornar realidade este sonho muito antigo.
Qual foi o valor do investimento municipal nestas duas provas e o valor aproximado do investimento municipal indireto?
No âmbito de uma decisão tomada no seio da Comunidade Intermunicipal do Algarve, de conceder um apoio financeiro que contribuísse para tornar realidade a concretização do Grande Prémio de Fórmula 1 no Algarve, o Município de Portimão, assumindo o papel de anfitrião, concedeu um apoio de 200 mil euros à realização desta prova.
Simultaneamente, sentimos que tínhamos uma responsabilidade acrescida, no âmbito das nossas competências, não só para receber as várias dezenas de milhar de pessoas que nos vão visitar, como em trazer o mundo do automobilismo para além das portas do Autódromo, envolvendo toda a cidade neste desígnio e criando uma experiência única para todos os portimonenses.
Nesse sentido, lançámos o Portimão Motor Sports que, mais do que um conjunto de eventos de animação, pretende que a cidade se apresente de braços abertos para receber os fãs do desporto motorizado e mostre toda a sua identidade e o que tem de melhor: património, cultura e gastronomia.
Este evento tem como objetivo criar oportunidades para o nosso tecido económico local, e pretende dinamizar a cidade até ao final do ano em três momentos: Formula 1, Moto GP e época do Natal.
Que justificação e resposta pode dar às pessoas mais críticas a este tipo de evento, por estarmos em período de pandemia?
Estas serão as primeiras provas desde a retoma das competições que irão receber público, seguindo um protocolo sanitário muito restrito, devido à pandemia do COVID -19.
Desde o momento em que surgiu a possibilidade de estes eventos se realizarem em Portimão que os mesmos estão a ser acompanhados pelas áreas governativas com responsabilidades nas vertentes da saúde e da proteção civil, de forma a garantir a maior robustez de todas as medidas a implementar, para que os eventos decorram em total segurança.
Ao mesmo tempo, convocámos um conjunto de reuniões com entidades a nível local e regional, nomeadamente da área da saúde e da proteção civil, para garantir que teríamos no terreno o melhor plano, não só em termos de apoio às provas, como nos eventos de ativação da cidade durante estas provas.
Não avançaríamos para este conjunto de iniciativa se não sentíssemos que, atempadamente, e com muito trabalho conjunto com as demais entidades competentes, tivéssemos a certeza que as melhores medidas estavam no terreno. Estamos convictos de que teremos dois momentos muito especiais para a região, nos quais todas as questões de segurança e saúde pública foram acauteladas de forma a proporcionar as melhores experiências e retorno aos nossos concidadãos e a todos aqueles que nos visitam.