Há três anos atrás, em Baku, capital do Azerbaijão, Jorge Botelho, presidente da Câmara de Tavira, e Jorge Queiroz, o principal responsável técnico pela candidatura portuguesa da dieta mediterrânica a património cultural imaterial (PCI) da humanidade eram homens de felicidade estampada no rosto.
Na reunião magna da UNESCO Portugal via confirmada a sua ambição de integrar a candidatura transnacional a património cultural imaterial da humanidade no seio das escolhas da agência da ONU para a classificação mundial de maior prestígio na área do património imaterial.
A delegação portuguesa via assim, no mesmo momento, Tavira ser aceite como ‘ponta-de-lança’ da classificação atribuída a Portugal, na qualidade de comunidade representativa da dieta mediterrânica no país e o Algarve via ser-lhe atribuída a primeira classificação do género.
Tavira arrecadava a distinção depois de um aturado trabalho de candidatura chefiado por Jorge Queiroz e somava ao fado a dieta mediterrânica no rol de classificações nacionais de património cultural imaterial da humanidade. Hoje o país já conta com mais três o cante alentejano, a Arte Chocalheira, e a falcoaria cuja classificação se verificou já este mês.
O Algarve e o país têm desde então o enorme ónus de retirar desta classificação todas as mais-valias, ao mesmo tempo que sobre eles recai a obrigação de salvaguarda da complexa teia realidades que consubstanciam a dieta mediterrânica e a autarquia liderada por Jorge Botelho não deixou por mãos alheias a tarefa de elevar cada vez mais a consciência de que este é um património que representa para o concelho, para a região e para o país uma verdadeira oportunidade.
Na senda de dar visibilidade e consistência a esta mais-valia são centenas e centenas as actividades e trabalhos desenvolvidos pelo município no sentido de salvaguardar o património milenar que consubstancia a universalidade que é a dieta mediterrânica.
Recorde-se que a par de Portugal e Tavira a defesa do património imaterial da dieta mediterrânica cabe a Chipre (Agros), Croácia (Hvar e Brac), Grécia (Koroni), Espanha (Soria), Itália (Cilento) e Marrocos (Chefchaouen), como comunidades e países estandarte daquele que, mais do que tudo, é um modo de vida, assente nas ancestrais tradições de uma civilização que tem o Mediterrâneo e a sua influência como palco central da sua vivência.