A Câmara de Albufeira pediu hoje a revisão dos critérios para o cálculo da taxa de incidência de covid-19, alegando que o rácio está a ser “inflacionado artificialmente” devido à presença de turistas no concelho.
Em comunicado, a autarquia estima que deverão estar no concelho “cerca do dobro dos residentes”, o que é mensurável, entre outros fatores, “pela subida de 30% na recolha de resíduos em relação ao mês de maio, o enorme incremento do consumo de água e o grande aumento do número de pedidos de serviços” de táxi.
“A Câmara de Albufeira exige uma revisão destes critérios e recorda que esta avaliação, aplicada pelo Governo, vai gerar um enorme desaceleramento da economia regional e local e terá graves consequências para o Algarve, em geral, e para o concelho de Albufeira, em particular”, lê-se na nota.
O Conselho de Ministros de quinta-feira determinou que, no Algarve, os concelhos de Loulé e de Albufeira integram a lista de 10 concelhos que não progridem no desconfinamento por registarem, pela segunda avaliação consecutiva, uma taxa de incidência superior a 120 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.
A autarquia do distrito de Faro manifestou “profunda tristeza” pela decisão, considerando-se “discriminada com os critérios de um Governo que, mais uma vez, não considera a realidade atual da região, nomeadamente, de um município que tanto depende do turismo”.
Lamentando que se “inflacione artificialmente um rácio tão importante”, a Câmara de Albufeira alega que a adaptação de critérios à realidade dos municípios que vivem da atividade turística é “justa” e “urgente”.
“Este facto foi por mim abordado numa das conversas presenciais que mantive com a senhora secretária de Estado do Turismo, bem como com o presidente da Região de Turismo do Algarve e outras autoridades regionais, no sentido de resolver a situação que muito prejudica a nossa região”, refere o presidente, José Carlos Rolo, citado na nota.
Segundo a autarquia, no Centro de Testagem de Albufeira, que está a testar simultaneamente residentes e turistas, “apenas são identificados cerca de 25% de casos positivos”.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 3.835.238 mortos no mundo, resultantes de mais de 176,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.057 pessoas dos 861.628 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.