António Costa apelou ao comportamento individual responsável no combate à pandemia de covid-19, justificando a medida adotada para a Área Metropolitana de Lisboa (AML) que entra em vigor esta sexta-feira, com a proibição de entrada e saída da AML a partir das 15h e até às 6h de segunda.
“As pessoas têm de ter responsabilidade. O que foi adotado é a medida da razoabilidade”, disse em Bruges, na Bélgica, à margem da sessão de encerramento do ano académico do Colégio da Europa.
Afirmando que não podia ignorar a situação naquela área, formada por 18 concelhos e 2,9 milhões de pessoas, Costa acrescentou que “quando se vê que dois terços dos problemas estão na AML, a primeira medida a tomar é evitar a expansão para o resto do país”. “O que manda o bom senso é fazer tudo o que é necessário e nada mais do que é necessário”, disse ainda.
Lembrando a contratação recente de trabalhadores pelas empresas de restauração e hotelaria, o primeiro-ministro aludiu às consequências que o comportamento de alguns grupos poderá trazer para o sector e não só. Um eventual recuo será “uma coisa brutal na economia”. “Não podemos andar para trás e a melhor forma é cada um fazer o que lhe compete”, recomendou. E insistiu que “o comportamento de poucos pode vir a destruir o trabalho de muitos”.
Relativamente à falta de sintonia entre o primeiro-ministro e o Presidente da República, Costa declarou: “Já todos aprendemos que devemos ter muita cautela sobre o que formulamos para o futuro.” Além disso, Marcelo Rebelo de Sousa já clarificou que se referia ao estado de emergência, “aquele em que é necessária a intervenção do Presidente da República”, lembrou.
O número de postos e dos horários para a vacinação na região de Lisboa aumentará, estando já a ser utilizados nas ações de inoculação enfermeiros que se encontravam em funções de registo, anunciou também. Atualmente com uma média de “90 mil por dia”, a meta de vacinação de 100 mil pessoas, prevista para este mês, “está praticamente a acontecer”.
No início da semana estiveram 500 pessoas numa festa, 90 estavam infetadas
O primeiro-ministro, António Costa, reiterou a importância da consciência coletiva para controlar a pandemia. “Se as pessoas não têm consciência daquilo que têm de fazer, é impossível”.
As forças de segurança “têm estado a atuar na via pública”, mas “todas as indicações que temos é que a grande parte das contaminações são em festas particulares ou comemorações familiares e aí o estado não pode fiscalizar.
Sabemos que [no âmbito de] uma festa de anos onde estiveram 500 pessoas, no início da semana já estavam 90 infetadas. As pessoas têm de ter responsabilidades”.
Operação Cerca Sanitária
Imagine por um segundo que a Área Metropolitana de Lisboa é uma concha. Lá dentro, a PSP vai montar uma série de postos de controlo, uns “fixos” e outros “móveis”, para impedir que as pessoas saiam da concha sem uma justificação válida: trabalho, obrigações parentais ou prestação de cuidados médicos, por exemplo.
Polícia e a GNR vão multar quem persistir em sair da Área Metropolitana de Lisboa sem razão válida durante a cerca sanitária temporária. E ir de férias não é uma razão válida.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso