Com certeza que já ouviu dizer que para emagrecer, basta seguir a simples regra: calorias gastas > calorias ingeridas. Parece simples, não parece? Hoje sabemos que este conceito não é tão linear. O corpo humano não funciona de uma forma tão simples e nem sempre comer menos resulta numa queima maior de gordura.
O nosso corpo e a nossa saúde são muito mais complexos e a ciência da nutrição vai muito além da contagem de calorias.
Todos sabemos que 100 calorias provenientes de uma fruta são mais saudáveis que 100 calorias fornecidas por um bolo. Enquanto a fruta fornece antioxidantes, vitaminas, minerais e fibra, as calorias vazias do bolo elevam os níveis de insulina, contribuem para o aumento de massa gorda e provocam um estado inflamatório no nosso corpo (mesmo em menos quantidade!).
Quando nos limitamos apenas à contagem de calorias, o foco é direccionado na quantidade, em vez de qualidade. Vejamos… muitos alimentos de alto valor nutritivo, como a gordura, são mais ricos em calorias. Se o nosso foco estiver unicamente nas calorias, a probabilidade de omitir escolhas nutritivas da nossa dieta, aumenta. E uma dieta pobre em gordura «boa» é tudo menos saudável.
Devemos então ignorar totalmente as calorias? Claro que não. É necessário considerar (não contar) as calorias de forma a distribuir adequadamente a proporção diária dos macronutrientes: proteína, gorduras saudáveis e hidratos de carbono complexos. Calorias nutritivas proporcionam maior saciedade, contribuem na regulação dos níveis de insulina e ainda auxiliam na queima de gorduras, permitindo desta forma que emagreça de forma saudável e sustentável.
É importante estarmos conscientes que uma nutrição de qualidade é a base de uma dieta saudável.
Lembre-se que cada corpo é um corpo! Para se sentir saciado enquanto nutre e mantém o seu corpo saudável, a proporção dos macronutrientes terá de ser ajustada a si.
Consumir apenas alimentos pobres em nutrientes a longo prazo pode implicar em carências nutricionais e problemas como anemia, carência de vitamina B e ferro, e baixa imunidade, aumentando as probabilidades de infecções, viroses e reacções alérgicas.
Evite alimentos ricos em açúcar, gorduras saturadas e trans, colesterol e sódio e opte por alimentos ricos em fibras, que estimulam o trânsito intestinal, vitaminas e minerais, ambos essenciais para o bom funcionamento do organismo.
(Artigo publicado na edição de Abril do caderno Semear Saúde)