Liderado pela empresa RARI (Construções Metálicas, Engenharia, Projetos e Soluções Industriais, S.A), o consórcio integra também a Universidade do Porto (UP) e as empresas Globaltronic, 4iTec Lusitânia SA, NOS Comunicações e NOS Technology.
Na era da customização em massa, «os centros produtivos do Original Equipment Manufacturer (OEM) registam um fluxo massivo de componentes no processo de aprovisionamento e alimentação das linhas de montagem. Neste âmbito, surge o paradigma Smart Warehouse, o qual, embora de configuração e implementação complexas, assenta em tecnologias emergentes para proporcionar a total automação, integração e digitalização dos fluxos logísticos e intralogísticos», contextualiza o consórcio.
Deste modo, este projeto propõe-se desenvolver inovadores sistemas inteligentes, altamente flexíveis, conectados e eficientes, com o objetivo de estabelecer um novo paradigma de armazém do futuro assente na sensorização de pessoas, equipamentos e inventários, bem como na automatização e gestão em tempo real de processos de estabilização, pickinge movimentação de materiais/componentes.
Procurando concretizar casos de uso específicos, que visam demonstrar as tecnologias numa ótica de “living lab”, em contexto industrial (por exemplo, no chão de fábrica da PSA Mangualde), o projeto compreende três soluções distintas – um novo sistema pick-to-light wireless seamless, novas soluções robóticas para picking automático e sistemas de monitorização e otimização da estabilização de materiais e de respetiva movimentação automática.
O novo sistema pick-to-light wireless seamlesscaracteriza-se por uma elevada autonomia, flexibilidade e capacidade sensorial, indutor de um processo de pickingtotalmente rastreável, alinhado com os paradigmas da Indústria 4.0 e de produção assentes em elevados índices de flexibilidade.
Já as novas soluções robóticas para pickingautomático que o consórcio pretende desenvolver, incluindo a manipulação e movimentação automática de peças e kits, apostam na fusão de técnicas de visão artificial e de robótica colaborativa com tecnologia de comunicação 5G-ready.
A terceira solução proposta pelo consórcio consiste no desenvolvimento de sistemas de monitorização e otimização da estabilização de materiais e de respetiva movimentação automática, integrando a investigação de um processo acelerador da estabilização de green materials, e no desenvolvimento de uma componente de sensorização avançada para a monitorização rigorosa do estado de estabilização do material, bem como uma solução integrada para a movimentação automática de carga considerável.
O coordenador do projeto na UC, Norberto Pires, salienta a importância estratégica deste consórcio, afirmando que «este projeto é muito importante para a Universidade de Coimbra, pois vem sustentar os nossos esforços de desenvolvimento na Indústria 4.0, reforçar parcerias nacionais com entidades de I&D e empresas e, acima de tudo, posicionar-se como parceiro tecnológico de relevância junto de entidades muito importantes para a economia nacional, como é o caso da PSA, RARI, 4iTec, Globaltronic, NOS e Universidade do Porto».
«Os processos de inovação, por serem forma de criar impacto a partir da geração de conhecimento avançado na Universidade de Coimbra, têm um forte potencial de transformação da Universidade, o que encaramos com grande determinação e interesse. Neste caso, motiva-nos muito a possibilidade de construir as bases do armazém inteligente do futuro em parceria com um consórcio muito relevante para essa tarefa», acrescenta.
Na Universidade de Coimbra, o projeto envolve uma equipa de 10 investigadores de vários centros de investigação: grupos de Robótica Industrial e de Gestão Industrial do Departamento de Engenharia Mecânica, Laboratório de Fabrico Aditivo da Universidade de Coimbra (uma instalação do Institute for Sustainability and Innovation in Structural Engineering (ISISE) e Centre for Mechanical Engineering, Materials and Processes – CEMMPRE) e grupo de Processos e Engenharia de Sistemas do Departamento de Engenharia Química. No total, o consórcio envolve mais de 50 investigadores.
Cristina Pinto
(Assessoria de Imprensa – Universidade de Coimbra – Comunicação de Ciência)