O Conselho da Europa, que salvaguarda os direitos humanos no continente, pediu hoje, “pela primeira vez”, aos seus Estados-membros que integrem melhor a história dos ciganos e povos nómadas nos currículos escolares.
Adotada pelo Comité de Ministros, órgão que reúne os ministros dos Negócios Estrangeiros da organização pan-europeia, a “recomendação pede, pela primeira vez”, aos Estados-membros “que incluam a história dos ciganos e/ou povos nómadas nos programas escolares e materiais pedagógicos”, afirmou, em comunicado, o Conselho da Europa, apelando à luta contra “a discriminação de ciganos que persiste” na Europa.
Esta recomendação “visa reforçar o entendimento de que” os ciganos e os nómadas “são parte integrante da sociedade, nacional e europeia” e destaca “a importância de ensinar o Holocausto cometido pelo regime nazi e seus aliados, bem como outros atos cometidos contra (os nómadas) na Europa”.
O texto pede aos países que integrem “atividades de homenagem” ligadas ao Dia Europeu em Memória das Vítimas Ciganas do Holocausto, agendado para 02 de agosto, ou numa “data mais adequada ao contexto histórico do país em questão”, como por exemplo nos dias que assinalam localmente “a prisão ou deportação de ciganos para campos de concentração”.
O Comité de Ministros também considerou importante incluir “factos positivos da história” dos ciganos e nómadas, como a sua “contribuição para o património cultural local, nacional e europeu” ou o seu “papel nos movimentos de resistência antinazis e antifascistas”.
Além de exterminar seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, o regime nazi também causou a morte de cerca de 500.000 membros das comunidades étnicas Rom e Sintos, povos nómadas geralmente conhecidos como ciganos.
O dia 2 de agosto foi proclamado o dia para lembrar o holocausto destas etnias.
Entre março de 1943 e julho de 1944, foram deportados para Auschwitz-Birkenau 23 mil ciganos de toda a Europa. Quase todos morreram lá.