Foi frente a mais de 1.200 pessoas e com um quadro de ardósia, a lembrar uma sala de aulas, como pano de fundo que Rogério Bacalhau se apresentou ontem aos farenses como candidato a um novo mandato como presidente da Câmara de Faro.
O pavilhão Afonso III acolheu o tiro de partida para a candidatura da coligação ‘Faro no Rumo Certo’, a segunda a mostrar à população farense o cabeça-de-lista depois de António Eusébio se ter apresentado no Clube Farense como líder da candidatura do PS.
A mesma coligação para um objectivo maior
‘Faro no Rumo Certo’ sucede assim à coligação ‘Juntos por Faro’ e repete a fórmula das últimas eleições conjugando PSD, CDS-PP, MPT e PPM, com Rogério Bacalhau recandidato à presidência do município à frente de uma lista que o candidato disse ao POSTAL “será revelada no próximo mês”.
A coligação é a mesma mas o desafio é diferente. Isso mesmo deixou claro José Pedro Caçorino, líder regional do CDS-PP e candidato à Câmara de Portimão, na sua intervenção de ontem, que chamou os farenses às urnas para darem a Rogério Bacalhau e à coligação a maioria no dia 1 de Outubro.
A vontade do líder do partido parceiro de coligação de obter uma maioria surgiu no discurso do candidato sob a forma de desafio ao pensamento: depois de ter descrito o “muito que se fez nos últimos quatro anos por Faro”, Rogério Bacalhau desafiou “e se o fizemos nestas condições, em minoria na Câmara, imaginem o que podemos fazer em maioria” .
Ao POSTAL o actual presidente e recandidato confirmou depois a procura da maioria no dia 1 de Outubro de forma clara, já não em forma de desafio à imaginação, mas sob a forma de um claro objectivo (VER VíDEO ABAIXO) .
Liberdade de acção face a uma oposição “que não nos ajudou a governar, nem nos deixou governar”
A maioria nas urnas é objectivo para o candidato porque não deseja ver repetidas as condições do actual mandato onde a oposição, diz: “não nos ajudou a governar, nem nos deixou governar”.
Uma oposição – leia-se PS e PCP – “sem projecto, nem programa para Faro” que, sublinha no plural, “bloquearam o PDM, bloquearam o Plano de Mobilidade e Transportes e bloquearam outros planos de pormenor” para concluir que “em resumo, quiseram bloquear Faro”.
Epítetos lançados a PS e PCP que classificou na acção da Câmara de oposição “demagógica” e “retórica”, sem esquecer o Governo de António Costa que brindou com a culpa por “um atraso de um ano no desenvolvimento dos projectos municipais sem justificação”.
Aposta na estabilidade e na “continuação de um projecto com rumo”
Rogério Bacalhau apresentou-se como o líder de um projecto de médio e longo prazo para o concelho cuja execução depende “de estabilidade para poder garantir a execução de um programa de médio e longo prazo para Faro”.
Fê-lo da mesma forma que o fizeram os restantes oradores da noite Adriano Guerra, José Pedro Caçorino e Cristóvão Norte.
E justificou o desafio para o trabalho de continuidade com as provas dadas no mandato que concluiu o trabalho “de redução da dívida de 70 milhões”, que “devolveu operacionalidade a uma Câmara parada” e que “reergueu uma economia local colapsada”.
Um cenário que Rogério Bacalhau diz ter encontrado em 2009 – quando integrou o executivo liderado por Macário Correia – resultado da “irresponsabilidade dos anteriores executivos”.
Com “a nossa auto-estima no tapete”, diz, “fomos a primeira autarquia a entrar em reequilíbrio financeiro e, orgulho-me de dizê-lo, a primeira a sair do reequilíbrio financeiro”.
E por isso promete “enquanto estiver à frente dos destinos da Câmara nunca mais se compra sem saber se podemos pagar, nunca mais se gasta sem saber o custa e nunca mais se esbanja o dinheiro dos munícipes como se fez no passado”, corolário de um trabalho que afirma “levou seis anos a realizar e que conseguiu diminuir a dívida da autarquia de 70 para cerca de 30 milhões de euros”.
A visão de uma cidade que é capital além da simples designação
Rogério Bacalhau não fez promessas eleitorais concretas neste arranque de campanha além da de continuar a trabalhar para que Faro seja capital verdadeiramente e não por mera qualidade administrativa.
Para tanto aponta um caminho de “seriedade, rigor e ambição” para fazer do concelho cada vez mais “capital” porque, remata “Faro é e será sempre a nossa casa e com a vossa ajuda estou certo que conseguiremos mostrar que Faro está mesmo no rumo certo”.