Terminou mais uma campanha arqueológica na cidade romana de Balsa, em Luz de Tavira, no passado mês de julho, onde durante um mês uma equipa das universidades do Algarve e de Cádis e do Município de Tavira desenvolveram trabalhos de investigação.
“Na sequência das atividades realizadas no ano passado, foram efetuadas prospeções não invasivas com Georadar e medida a sensibilidade magnética dos solos com Gradiómetro nas áreas arqueológicas da Quinta da Torre d’Aires e em terrenos anexos”, explica a Universidade do Algarve em comunicado.
Toda a área arqueológica daquela quinta foi investigada com estes métodos não invasivos, sendo o Georadar aplicado a outras propriedades a nascente por onde se prolongava a antiga cidade romana. Paralelamente, foram efetuadas escavações arqueológicas quer na área da quinta quer ainda, pela primeira vez na história das investigações de Balsa, numa das propriedades em terrenos da antiga Quinta das Antas, onde Estácio da Veiga, no século XIX, e as prospeções geofísicas assinalaram vestígios romanos que agora as escavações confirmaram.
“Tais trabalhos só foram possíveis com a prestimosa colaboração de alguns proprietários que desta forma apoiam o conhecimento do passado desta região”, salienta a equipa.
As prospeções não invasivas foram efetuadas através de uma colaboração com uma equipa da Unidad de Geodetección da Universidade de Cádis, liderada pelo professor catedrático Lázaro Lagóstena Barrios.
Todos estes trabalhos foram feitos no âmbito do projeto em curso financiado pelo CRESC 2020 BALSA, Searching the Origins of Algarve, coordenado pela Universidade do Algarve em parceria com o Centro de Ciência Viva de Tavira, o Município de Tavira e a Direção Regional de Cultura.
Este projeto, que conta com mais um ano de investigação, já determinou boa parte dos limites da área urbana, que se afigura bem mais pequena do que tem sido veiculado, o que se enquadra mais com a realidade da maior parte deste tipo de cidades do sudoeste da Península.
As investigações têm igualmente apontado para um período particularmente rico até à segunda metade do século II, altura em que a cidade terá colapsado, sendo reerguida ainda no final desse século ou nos inícios do seguinte com uma vocação produtiva muito ligada à exploração de recursos marinhos e produção de preparados de peixe. A ocupação do sítio terá continuado para além da época romana até que, já no período islâmico, nasce a atual cidade de Tavira.
Os resultados preliminares desta campanha serão apresentados publicamente no decorrer do mês de novembro.
Sobre a Universidade do Algarve:
A Universidade do Algarve (UAlg) tem atualmente cerca de 9 mil estudantes, 19% dos quais internacionais, oriundos de mais de 84 nacionalidades, onde se destaca o Brasil, país com maior representatividade, ultrapassando os 700 estudantes.
Com 42 anos de existência, aparece pela quarta vez no ranking do Times Higher Education (THE) Young University Rankings 2021, que analisa o desempenho de instituições de ensino superior criadas há 50 anos ou menos, destacando-se no indicador que avalia a projeção internacional.
O Shanghai Ranking’s Global Ranking of Academic Subjects 2021 selecionou a Universidade do Algarve em seis áreas científicas: Gestão Turística e Hospitalidade (posição 76-100); Oceanografia (posição 151-200); Ecologia (posição 301-400); Ciências Agrárias, Ciências da Terra e Ciências Farmacêuticas (posições 401-500).
Em 2020 integra pela primeira vez o Times Higher Education Impact Rankings, que avalia o desempenho e contributo das universidades para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, colocando-se na posição 201-300, entre 766 Instituições de Ensino Superior, de 85 países, que cumpriram os requisitos de inclusão.
A UAlg oferece cursos de formação inicial e pós-graduada, nas suas diversas áreas de formação: Artes, Comunicação e Património; Ciências Sociais e da Educação; Ciências e Tecnologias da Saúde; Ciências Exatas e Naturais; Economia, Gestão e Turismo; Engenharias e Tecnologias.
A sua localização privilegiada junto ao Aeroporto Internacional de Faro e o grande número de novas rotas aéreas de ligação às principais cidades portuguesas (Porto e Lisboa) e europeias, bem como as excelentes condições que a UAlg e a região têm para oferecer, fazem com que, cada vez mais, a Academia do Sul do país adquira um estatuto central e internacional.