Em Setembro de 2010 a Ria Formosa foi considerada uma das Sete Maravilhas Naturais de Portugal, sete anos depois da distinção a Câmara de Olhão apresenta a intenção de aumentar a notoriedade desta zona marinha através de uma candidatura a Património Natural da UNESCO.
A intenção, confirmada pelo presidente da autarquia, António Pina, faz parte do orçamento municipal aprovado em Outubro do ano passado e visa “elevar ainda mais o estatuto da ria”, afirma o edil.
“O Algarve precisa destas marcas porque apesar de sermos, e querermos continuar a ser, um destino de sol e praia é importante complementarmos as atracções para atrair outros nichos de mercado”, continua o responsável.
A vontade, tornada pública à margem da sessão de depoimentos que decorreu no Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé a propósito de uma acção contra a Sociedade Polis e em defesa do camaleão, espécie protegida, surge, segundo António Pina, “da relação intrínseca e endémica, que Olhão tem com a Ria Formosa. Já na fase da candidatura da ria às Sete Maravilhas Naturais de Portugal, o município de Olhão foi um dos maiores dinamizadores deste património e agora o objectivo é colocar a fasquia mais alta e para isso tencionamos contar com a ajuda dos restantes municípios”, salientou o autarca.
“Quando Tavira liderou o processo da candidatura da Dieta Mediterrânica a Património Imaterial da UNESCO todos os municípios contribuíram e agora tenho a certeza que desde Loulé a Vila Real de Santo António todos irão apoiar este desafio a 100%”, acredita o edil.
Formalização da candidatura estará concluída “até ao final do primeiro semestre deste ano”
“A Câmara de Olhão entende que a Ria Formosa tem de ser preservada e como não confia na estrutura regional que tem de proteger o ambiente vai candidatar a Ria Formosa a património da UNESCO”, assinalou António Pina.
Segundo aquele responsável, a candidatura vai ser preparada para ser apresentada na próxima fase de candidaturas e vai ser de carácter supramunicipal.
“O primeiro passo é formalizar este pedido com os restantes municípios, com a Universidade do Algarve, com o Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA) e com a Direcção Regional de Cultura do Algarve (DRCAlg), de forma a criar um grupo de trabalho técnico-cientifico para formular a candidatura”, adiantou o autarca olhanense, que prevê que a formalização deste processo esteja concluída até ao final do primeiro semestre deste ano. “Para depois, no prazo de um ano, criarmos toda a fundamentação para posterior apresentação à UNESCO”, explica António Pina.
Contactada pelo POSTAL, a directora regional da cultura, Alexandra Gonçalves, não se quis manifestar relativamente a esta intenção, referindo que viu “essa notícia” mas garantindo que desconhece o dossier. “Não tivemos qualquer contacto ou informação sobre esta matéria, pelo que não me pronunciarei”, afirma a responsável.