Neste apontamento, recorda-se o tempo em que Olhão pouco mais era do que um sítio de casas feitas de canas que Faro lhes permitia ser. E foi nessa altura que as mulheres de Olhão foram buscar – certamente da África islâmica – um costume de indumentária que Raul Brandão em1922 descrevia assim:
“Ainda há bem pouco tempo, todas as mulheres de Olhão usavam cloques e biocos. O capote, atirado com elegância sobre a cabeça, tornava-as impenetráveis. É um trajo misterioso e atraente. Passam, olham-nos e não as vemos. Mas o lume do olhar, mais vivo no rebuço, tem outro realce. Desaparecem e deixam-nos cismáticos”.
– De quem são aqueles olhos que ferem
lume? – interroga-se Brandão, vendo-as passar!…