José Manuel do Carmo é a proposta do BE para presidir aos destinos do concelho de Tavira a artir do próximo domingo e até 2021.
Às urnas o candidato bloquista leva várias propostas que incluem investimento na habitação social e o novo porto de pesca.
O candidato não quer uma nova ponte no centro da cidade projectada por Jorge Botelho.
As respostas do candidato às perguntas do POSTAL
POSTAL (P): Quais as razões determinantes para que se candidate à Presidência da Câmara?
José Manuel do Carmo (JMC): Num processo democrático, a presença de uma oposição é fundamental. Numa vereação não importa apenas quem ganha, senão que existam vereadores de diferentes forças políticas que contribuam com ideias, propostas e uma perspectiva crítica.
Na Câmara Municipal de Tavira apenas estão representados o PS e o PSD e na Assembleia Municipal existe apenas um representante do BE. Em Tavira, a oposição PSD, liderada por Elsa Cordeiro, tem sido totalmente ausente: total ausência de crítica, de propostas e de ideias. Está hoje claro que o Bloco de Esquerda é uma força indispensável e capaz, contribuindo para melhores governações, tanto como oposição crítica, exigente e com ideias novas, como contribuindo para processos de convergência política com as forças políticas à esquerda e com movimentos de cidadãos.
P: Na sua opinião quais são os problemas fundamentais do concelho?
JMC: A procura turística e a necessidade de fixar os jovens exigem um programa habitacional ousado. Alargar perímetros urbanos das sedes de freguesia, permitindo o seu crescimento populacional; desenvolver um programa de habitação social e promover a habitação socialmente apoiada e regular o mercado.
O trânsito na cidade tem vindo a tornar-se caótico, pelo que propomos o desenvolvimento de um estudo alargado e o debate público sobre a revisão do desenho da circulação automóvel capaz de preparar o futuro. Estimular a utilização de transportes públicos, desenvolvendo o ‘Sobe e desce’, tornando-o mais eficaz para os bairros mais afastados e as freguesias e articulado com as escolas e os transportes rodoviário e ferroviário.
Defender a pesca pela exigência firme do início da construção do Porto de Pesca e das necessárias dragagens; a requalificação e relocalização das lotas e a criação de condições para a frequência de cursos de formação para pescador aos jovens de Tavira.
P: A sua candidatura é a melhor opção para dirigir os destinos da Câmara porquê?
JMC: Temos um programa com ideias muito concretas e realizáveis. Temos uma equipa com técnicos qualificados e com formação académica. Temos a capacidade para encontrar consensos e mobilizar vontades. Temos uma visão e projectos nas diferentes áreas, da cultura ao desenvolvimento e qualidade de vida dos tavirenses. Não privilegiamos a cidade face às freguesias, o nosso pensamento integra desenvolvimento económico com tradição e qualidade de vida.
P: Quais as grandes propostas diferenciadoras da sua candidatura face às dos restantes candidatos?
JMC: Optar pelo Bloco de Esquerda é optar entre uma ponte cara e inútil no centro da cidade com carros a atravessar o jardim público e a necessidade de investir em habitação social e socialmente apoiada. A opção do Bloco pelo desenvolvimento da cultura dos tavirenses em contraponto com uma política focada em espectáculos muito caros para animar os turistas.
A nossa opção é pelo desenvolvimento económico com base nas marcas mediterrânicas da pesca artesanal e da produção agrícola do concelho e um turismo sustentável para um público que procura a qualidade. O Bloco de Esquerda olhará para a cidade perdida de Balsa como uma pérola que nos dará cultura e simultaneamente desenvolvimento económico.
Nós optaremos por dar aos tavirenses transporte urbano que efectivamente sirva as pessoas. Procuraremos revitalizar as Quatro Águas e voltar a fazer da ilha de Tavira o paraíso que os tavirenses merecem. Não permitiremos que não haja uma urgência no Centro de Saúde de Tavira.
P: As duas primeiras medidas estruturantes a avançar caso vença as eleições, quais serão?
JMC: Imediatamente abordaremos o Governo e os Ministérios correspondentes para rever o plano de investimento na orla marítima de forma considerar o início de construção do porto de pesca e as estruturas que permitirão um relançamento da actividade de pesca no concelho.
Reforçaremos o ‘Sobe e Desce’ de modo a melhor servir a população. Estudaremos com os correspondentes departamentos governamentais o lançamento de um programa de habitação social. De igual modo trataremos de lançar medidas que favoreçam o arrendamento de longa duração e a diminuição da habitação devoluta e degradada. Exigiremos a abertura da urgência do Centro de Saúde de Tavira.