O Banco de Portugal (BdP) divulgou ontem um vídeo nos seus canais oficiais sobre os cuidados a ter com a divulgação de dados pessoais em situações de fraudes feitas na internet. A informação fornecida pelo regulador financeiro do país identifica alguns sinais que, por norma, estão na base destes ataques.
“Embora as plataformas dos prestadores de serviços de pagamento/bancos, como o homebanking e as aplicações móveis (apps), disponham de mecanismos de segurança robustos, é importante que os utilizadores tenham alguns cuidados e estejam atentos a solicitações suspeitas”, alerta o BdP.
Num vídeo educativo, a instituição avisa que os utilizadores devem ser cautelosos perante comunicações de origem desconhecida. Os exemplos referidos mencionam mensagens de telemóvel, e-mails ou telefonemas que solicitam os dados pessoais, as senhas de acesso a plataformas bancárias ou avisos de que encomendas estão com atraso nos pagamentos. Além disso, poderão ser divulgadas ofertas irrecusáveis e mensagens que informem que certo serviço se encontra bloqueado e que precisa de ser ativado, fazendo-se acompanhar de links em que essas informações são pedidas.
De acordo com o comunicado, “os utilizadores não deverão divulgar informação pessoal, credenciais de acesso ao homebanking ou às apps, nem eventuais códigos que o banco envie para o telemóvel. Em regra, o banco/prestador de serviços de pagamento nunca solicitará esse tipo de informação pelo telefone.”
Apesar de estes delitos cibernéticos não serem novidade, a situação agravou-se depois de março de 2020. Segundo o regulador, “os canais e os pagamentos digitais estão cada vez mais presentes no dia a dia dos portugueses, em consequência da acelerada digitalização e, sobretudo, da alteração de hábitos motivada pela pandemia de COVID-19.”
Se alguém já tiver sido contactado por uma fonte duvidosa, o melhor será “contactar de imediato o seu banco/prestador de serviços de pagamento, através dos canais a que habitualmente costumam recorrer, e nunca através dos contactos fornecidos através das mensagens ou telefonemas suspeitos.” Além disso, o BdP dispõe de um conteúdo interativo no Portal do Cliente Bancário com informação mais detalhada sobre como agir caso alguém seja vítima de fraude.
O BdP já havia lançado um comunicado em março de 2021 em que alertou para os anúncios falsos de concessão de crédito fácil nas redes sociais e através de mensagens de telemóvel ou e-mail. A atuação dos criminosos é semelhante aos casos mencionados em cima, sendo que aqui é mais comum ser utilizado o Facebook para propor ao público supostas concessões de crédito.
Geralmente, estas propostas surgem como soluções de empréstimos pessoais rápidos, dada a urgência que a pessoa tem em resolver a sua situação financeira atual. “Normalmente, estas entidades afirmam conceder empréstimos, rapidamente, sem formalidades complexas, sem a prestação de garantias, com discrição e a todas as pessoas, mesmo àquelas que não conseguem obter crédito junto do sistema financeiro”, revelou o regulador.
Porém, mesmo que os créditos pessoais tenham menos burocracias na sua aprovação, as entidades reguladas vão sempre verificar as características do pedido e a situação financeira e profissional do possível cliente. Isto porque é do interesse das instituições bancárias analisar se os pagamentos das prestações vão ser sempre cumpridos todos os meses. Assim, essa averiguação dos documentos e dos dados pessoais vai demorar o seu tempo, não sendo possível obter um crédito na hora.
A recomendação do regulador é que se peça um crédito pessoal online junto dos bancos e intermediários de crédito vinculados autorizados pelo BdP a exercer atividade financeira e, portanto, a concederem empréstimos. Desta forma, antes de qualquer pedido de empréstimo através da internet, os clientes devem identificar previamente a entidade em questão na lista das instituições registradas.
Apenas se isso for verificado é que é totalmente legal e seguro avançar com esse pedido. Em caso de dúvida, o BdP deve ser contactado através do formulário disponível no site oficial ou enviando um e-mail para [email protected]. De forma regular, o BdP publica avisos sobre entidades não habilitadas a exercer atividade financeira à medida que as vai identificando.