Novos estudos estão a ser feitos sobre o novo coronavírus. As autópsias aos doentes que morreram da doença provocada pela SARS-CoV-2 permitiram descobrir e confirmar teorias de que a covid-19 ataca os pulmões com muita violência. Mas esta não foi a única descoberta.
Amy Rapkiewicz, patologista, iniciou o seu estudo a óbitos com o vírus e descobriu ainda que o cérebro, rins, fígado, intestinos, baço e células endoteliais dos vasos sanguíneos são também afetados. O artigo foi publicado no Washington Post, que revela a descoberta da coagulação generalizada em vários órgãos de um cadáver de um doente com covid-19.
Estes coágulos sanguíneos são uma novidade e deixaram a equipa surpresa, pois permitiram concluir que o coronavírus origina uma privação de oxigénio no cérebro.
Amy Rapkiewicz explica que “a covid-19 e o dengue são muito diferentes, mas há células nas duas doenças que são semelhantes”. A profissional de Nova Iorque conta ainda no artigo que estes avanços científicos ajudam ainda a compreender doenças como o HIV e a Ébola.
As autópsias podem reconstruir o curso natural da doença e este estudo é feito através dos tecidos humanos dos doentes que morreram com covid-19, que são avaliados em diferentes tipos de microscópio. As análises foram feitas a doentes entre os 32 e 90 anos, que morreram em hospitais americanos.
Vários estudos são a ser feitos à covid-19, no sentido de perceber a doença que se tornou uma pandemia e já provocou 517 mil mortos e infetou mais de 10,76 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o último balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Portugal registava ontem mais oito mortes causadas pela covid-19 do que na quarta-feira e mais 328 infetados, cerca de 83% dos quais na Região de Lisboa e Vale do Tejo, divulgou hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS).