A Associação Académica da Universidade do Algarve quer que o Ministério da Educação e Ciência compense os estudantes com candidaturas a bolsas de estudo ainda em apreciação devido a problemas no servidor informático da plataforma que as gere.
Numa comunicação dirigida aos colegas da Universidade do Algarve (UAlg), a Associação Académica (AA) considera ser “inadmissível que problemas como este venham a prejudicar os estudantes do ensino superior”, numa referência às dificuldades informáticas da plataforma de gestão dos processos de atribuição de bolsas de estudo da Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES).
A Associação Académica da UAlg lamenta que, a 8 de Janeiro, só naquele estabelecimento de ensino, houvesse 300 estudantes que pudessem “estar a ser prejudicados pelo colapso da plataforma”, uma vez que nessa data continuava a haver “problemas no acesso aos documentos dos estudantes, nomeadamente a sua visualização”.
Estas dificuldades começaram, segundo a AA, a 11 de Dezembro e foram no dia seguinte comunicadas aos Serviços de Acção Social dos estabelecimentos de ensino superior, tendo a 30 de Dezembro a DGES comunicado a esses serviços a “resolução da falha ao nível do repositório de documentos que serve a plataforma de atribuição de bolsas de estudo”.
Problemas no servidor informático atrasam processo
Mas na sexta-feira, o ministério enviou uma nota a informar “que a DGES está a ‘tentar minimizar a situação decorrente das lacunas ainda existentes’ em alguns serviços de Acção Social do país, as quais foram provocadas por um erro no servidor”, frisou a Associação.
Na comunicação da AA aos colegas pode ainda ler-se que “25% dos estudantes que submeteram candidatura à bolsa de estudo na UAlg ainda não viram o seu processo concluído, muito por culpa desta anomalia”, e por isso considera necessário haver uma “imediata compensação” aos alunos em causa.
“Estamos a meio do ano lectivo e, naturalmente, quem precisa de bolsa de estudo não pode esperar. O abandono escolar é uma realidade no ensino superior e esta demora na resolução de centenas de processos de candidatura pode levar a aumentar esse flagelo”, advertiu a estrutura que representa os alunos da UAlg.
A Associação Académica exigiu ainda que “seja garantida a protecção dos dados” contidos na plataforma, manifestando dúvidas sobre a “privacidade” com que é tratada a documentação submetida pelos estudantes, dadas as dificuldades verificadas no acesso aos documentos.
A centralização da informação também “preocupa” a Associação, que considera que a DGES está “demasiado longe dos estudantes”, trata-os “como números” e “desumaniza” um processo que disse ter “um atraso de cerca de um mês na resolução de milhares de candidaturas a nível nacional por um ‘simples’ colapso informático”.
(Agência Lusa)