A presidente da União de Associações do Comércio e Serviços considera que as medidas de apoio às empresas anunciadas quinta-feira pelo Governo devido à pandemia de covid-19 são “insuficientes” para fazer face aos prejuízos das empresas.
Em declarações à agência Lusa, a propósito das novas medidas restritivas implementadas para combater a pandemia de covid-19, apresentadas na quinta-feira, Lourdes Fonseca disse que a União de Associações do Comércio e Serviços (UACS) tinha a expectativa de que fossem anunciados alguns apoios, como a continuação do programa APOIAR.PT.
“Estávamos com a expectativa que ontem fossem anunciados alguns apoios, como a continuação do APOIAR para as empresas, uma vez que há mais concelhos que entraram e as restrições e horários causam imensas perdas. As restrições em termos de economia não se compadecem com termos que fazer face às despesas fixas de uma empresa. Tínhamos essa expectativa, que foi gorada”, disse.
Lourdes Fonseca defendeu também que o comércio a retalho não alimentar deveria estar aberto no sábado pelo menos até às 17:00 e não até às 15:30, e que deveria fechar no domingo.
“No comércio a retalho não alimentar, o sábado é dos melhores dias de venda. As pessoas têm mais tempo e vão com mais calma fazer as compras. Isso traz prejuízos enormes. Numa cidade como Lisboa, o fecho do turismo – e temos zonas em que o comércio depende 80 a 90% do turismo – , as perdas são enormes, sem possibilidade de recuperação”, sublinhou.
A presidente da UACS lembrou também que o comércio também lida com a gestão de ‘stocks’ e as pessoas fizeram compras na expectativa de ter uma estação normal, o que não vai acontecer, apontou.
“Nesta fase, na forma como as coisas estão, o apoio à retoma não é suficiente, portanto aqui não é uma retoma, é o ajudar nos prejuízos sofridos devido às restrições”, disse.
Os restaurantes, comércio alimentar e não alimentar vão ter de fechar mais cedo este fim de semana em mais 16 concelhos, que, devido às taxas de incidência registadas, vão recuar para as regras que já estavam em vigor em Albufeira, Lisboa e Sesimbra.
A lista dos 19 concelhos que registam taxas de incidência que os colocam em risco muito elevado foi divulgada na quinta-feira pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, o que implica que o comércio, os restaurantes, pastelarias e afins passem a ter de encerrar às 15:30 aos fins de semana e feriados.
Durante a semana, a restauração pode funcionar até às 22:30, mas com as regras de lotação a imporem um máximo de quatro pessoas por grupo no interior e de seis pessoas por grupo nas esplanadas e o comércio até às 21:00.
Já os supermercados a restante retalho alimentar têm de encerrar às 19:00 aos fins de semana e feriados.
Estão nesta situação os concelhos de Albufeira, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Constância, Lisboa, Loulé, Loures, Mafra, Mira, Moita, Odivelas, Oeiras, Olhão, Seixal, Sesimbra, Sintra e Sobral de Monte Agraço, ou seja, os que registaram nos últimos 14 dias taxas de incidência acima de 240 casos por cem mil habitantes (ou superior a 480 nos concelhos de baixa densidade).
Há ainda um grupo de 26 concelhos que por registarem taxas de incidência acima de 120 casos por cem mil habitantes (ou superior a 240 nos concelhos de baixa densidade), encontram-se em risco elevado, o que significa que os restaurantes e afins passam a ter de encerrar às 22:30 e que o número de pessoas por grupo seja no máximo de até 10 nas esplanadas e de até seis no interior.