O Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV) está a ser destruído “de forma irreversível”, com o campismo selvagem, o caravanismo e os passeios todo-o-terreno “fora de controlo”, alerta uma associação do sector.
Num documento divulgado esta segunda-feira com o título “Pressão humana nas áreas protegidas/destruição dos habitat´s”, a Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza (APGVN) dá como exemplo os 100 quilómetros de costa do parque do sul do país, que vai vendo destruídos os habitats e os ecossistemas ao mesmo tempo que o número de vigilantes da natureza vai caindo, “50% nos últimos 15 anos”.
Nos números divulgados no documento o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) levantou até 30 de Setembro 200 processos para multa (por campismo, caravanismo ou circulação e estacionamento em locais proibidos) e a GNR mais 250 até Junho (antes dos meses mais críticos do Verão).
O campismo e o caravanismo são “um problema extremamente grave” e no PNSACV “as tendas são às centenas e as caravanas aos milhares”, diz a APGVN, que dá exemplos: na praia do Barranco e praia do Amado (no Algarve) há pessoas a viver em caravanas o ano todo.
Depois, alerta ainda a associação, “é recorrente” a realização de fogueiras durante a noite, incluindo em pleno Verão e em locais que podem dar origem a incêndio, e há grupos de pessoas a fazer a rota vicentina em motos e jipes todo-o-terreno.
A APGVN entende que é necessário mudar a lei-quadro das contra-ordenações ambientais, instituindo por exemplo que as multas sejam pagas no momento da fiscalização, além de que devem ser criadas áreas de serviço para autocaravanas e eliminar acessos a zonas “de elevada sensibilidade ecológica, nomeadamente nas arribas da costa”.
(Agência Lusa)