Diogo Mendes, natural da Tôr, revelou ser um jovem com gostos e interesses fora do comum. Aos cinco anos surge a paixão pelas artes do campo, por influência dos avós, e o jovem compra “o primeiro animal para fazer criação”, como adianta em conversa com o POSTAL.
Hoje, com apenas 16 anos, o jovem dedica-se, por gosto, à agricultura e à criação de gado, afirmando que começou a sua atividade “com poucos (animais), fui aumentando e agora tenho 56 animais, ou seja, 24 cabras a produzir, 12 meias cabras, prestes a parir, e o resto é criação que eu deixei este ano! Quem cuida dos animais sou eu, mas isto é um trabalho partilhado, a minha mãe faz os queijos, o meu pai solta as cabras e eu faço tudo o resto”.
Também o alimento para os animais é produzido, em grande parte, pelo jovem algarvio que tem “várias sementeiras para alimentar o gado. Temos aveia e cevada, que depois é ceifada e enfardada para dar aos animais”.
Diogo tem uma rotina bastante preenchida
Sendo ainda estudante, o jovem tem uma rotina bastante preenchida. Diogo acorda de manhã, prende os cabritos (que deixa durante a noite junto às cabras para mamar), dá-lhes palha e ração e ordenha as cabras. Depois de completar as suas tarefas com os animais, o adolescente vai para a escola, onde frequenta um curso de jardinagem que “termina este ano, depois quero ir para Aveiro, para uma escola de agropecuária”, acrescenta o jovem.
Diogo ordenha os animais à mão, processo que, para a produção de queijo, se torna bastante moroso, motivo pelo qual, o jovem agricultor pediu, recentemente, um empréstimo, pois “cada vez são mais animais e tenho falta de uma máquina de ordenha, uma cuba para guardar o leite e um trator, são coisas que me fazem falta, então pedi um empréstimo ao banco porque o estado não me apoia em nada”, conta ao POSTAL.
O jovem adolescente diz gostar “muito da vida do campo e da agropecuária”, lamentando apenas a falta de ajuda, afirmando que “a atividade podia ser muito mais rentável, mas sem ajudas do Estado tenho de comprar tudo sozinho, temos de fazer tudo e torna-se mais complicado. Como jovem agricultor sinto que o Estado podia dar mais”.
(Andrea Camilo / Henrique Dias Freire)