António Eusébio, candidato do PS à Câmara de Faro, foi um dos rostos presentes na apresentação pública por parte da autarquia da cidade do projecto Farformosa, que decorreu ontem na Biblioteca Municipal da cidade.
Não é de espantar que o candidato a presidente da Câmara tenha escolhido estar presente na apresentação de um projecto da magnitude deste para a zona do Porto de Faro e para a cidade e que pela sua natureza cruzará vários mandatos na Câmara e mesmo vários Governos até que possa ser uma realidade no terreno, como o POSTAL noticiou.
Exactamente por isso o POSTAL falou com António Eusébio sobre a sua análise à proposta do CCMAR em parceria com a autarquia liderada por Rogério Bacalhau.
O político realça que “o estudo preliminar [assim prefere chamar-lhe António Eusébio por oposição ao termo projecto usado na apresentação] que o diretor do CCMAR, professor Adelino Canário, nos propõe para o futuro do porto comercial abrange uma das últimas áreas de excelência para o desenvolvimento do futuro de Faro”, destacando que se trata de uma zona degradada sobre a qual o próprio candidato se pronunciou “já há meses”.
António Eusébio destaca a necessidade de ouvir os farenses
Para o cabeça-de-lista socialista à autarquia a importância da matéria é tal que “deve necessariamente constituir uma oportunidade para abrir o debate à cidade e pôr as ideias que existem em discussão, começando por ouvir os farenses”.
“Qualquer obra que ali se desenvolva deve garantir aos farenses participação na decisão do futuro da cidade e orgulho nas escolhas que venham a ser por eles definidas”, aponta como princípio fundamental António Eusébio. “Trata-se de território que é dos farenses”, diz.
Um projecto para muitos anos
O candidato sublinha que “o estudo preliminar é apenas um ponto de partida para um trabalho de anos e que, como não pode deixar de ser, implicará ouvir todas as entidades envolvidas: Ministério do Ambiente, Ministério de Mar (Portos), Ministério da Economia (Turismo e Indústria) e claro a Câmara Municipal”.
“Trata-se de matéria para trabalho em muito mais do que um mandato” sublinha o socialista concluindo que “no âmbito dos instrumentos de ordenamento em vigor, deverão ser ponderados outros interesses gerais públicos, sendo que este estudo preliminar para ser aprovado requer o parecer de muitas entidades e organismos que, naturalmente, terão ainda de se pronunciar” e, reforça, “dos quais se desconhece ainda qualquer decisão oficial”.
“Para todos esses procedimentos legais, bem como para a elaboração dos projetos de impacte ambiental e de execução das construções que estão previstas, serão necessários muitos anos para que os mesmos possam ser executados, analisados e posteriormente aprovados, até que cheguem finalmente ao terreno as obras”, diz o actual deputado à Assembleia da República.
Destaque para a paternidade da ideia que cabe ao CCMAR
O candidato do PS a Faro sublinha que a origem da ideia esteve “no professor Adelino Canário, enquadrada no crescimento do CCMAR e da Universidade do Algarve enquanto instituições de referência regional e da cidade” e que “o contributo constitui uma mais-valia para Faro e para o seu desenvolvimento por demais necessário”.
A ‘jóia da coroa’ tem de ser muito bem pensada e não ceder à especulação imobiliária
“Numa primeira análise, o projeto aparenta ter uma densidade construtiva excessiva, situação que deverá ser bem analisada e avaliada por todas as entidades envolvidas, pois esta área da cidade é uma das nossas últimas oportunidade para a realização de um projeto de excelência e não podemos ceder à especulação imobiliária”, referiu ainda ao POSTAL António Eusébio, numa clara referência à zona a intervencionar como a jóia da coroa do território riberinho do concelho.
“Mais do que um estudo preliminar realizável a médio-longo prazo, importa pensar a cidade de forma estruturada e sempre em diálogo com os farenses que são os principais interessados na forma como aquele terreno que é seu será aproveitado” diz o ex-autarca agora candidato a Faro.
“Ainda longe de conhecer esta proposta, há cerca de dois meses, tive oportunidade de me pronunciar sobre a zona do Cais Comercial e zona Industrial do Bom João, que atendendo à sua actual degradação e ao seu valor potencial e estratégico deveriam ser requalificadas, numa lógica de beneficiar a cidade”, refere, concluíndo que qualquer ideia que se concretize no local “deve abrir a frente ribeirinha à cidade com zonas de lazer, com menos betão e mais zonas verdes, e colocar Faro no mapa do Algarve, da Europa e do Mundo.
Sobre este projecto ver ainda:
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