O actual deputado à Assembleia da República eleito pelo círculo de Faro nas listas do PS é o cabeça-de-lista escolhido pelos socialistas para tentar devolver a capital de distrito ao partido nestas eleições de 2017.
António Eusébio, que é também o líder regional do PS, aceitou o desafio e tentar por fim ao domínio da coligação de direita que já em 2009 e 2013 ganhou o comando da autarquia.
O engenheiro civil, ex-presidente da Câmara de São Brás de Alportel durante três mandatos consecutivos, aposta numa visão diferente para o concelho e numa política de diálogo e envolvimento com a sociedade civil.
António Paulo Jacinto Eusébio pode ser, aos 50 anos, o senhor que se segue no comando da Câmara da cidade.
As respostas do candidato às perguntas do POSTAL
Postal (P): Quais as razões determinantes para que se candidate à Presidência da Câmara?
António Eusébio (AE): Candidato-me convicto de que Faro necessita de reforçar a sua capitalidade na região e no país e de uma liderança forte, participada e actuante, que dê atenção às pessoas e cuide de cada bairro, rua e lugar.
Apostar num planeamento e intervenção integrados para uma gestão autárquica eficaz que contribua para que os farenses possam ter orgulho no seu concelho e que a sua qualidade de vida aumente com espaços públicos e de lazer devidamente tratados.
Como cidade universitária precisamos fortalecer a ligação da cidade com a universidade, de criar condições para a fixação de jovens, de inovação, atraindo mais população para dinamizar a economia e promover o emprego.
Afirmar Faro como exemplo de sustentabilidade, promovendo a economia verde e potenciando os excepcionais recursos naturais e patrimoniais.
A educação com medidas que promovem a igualdade de oportunidades e a habitação, apoiando o arrendamento jovem e a requalificação do parque habitacional, farão a diferença para um Faro mais justo.
P: Na sua opinião quais são os problemas fundamentais do concelho?
AE: Faro como capital de distrito não se afirma regional ou nacionalmente. A falta de pensamento estratégico e de planeamento afecta Faro e contribui para o seu desenvolvimento casuístico e para a fraca capitalização de fundos comunitários, por isso subsistem graves problemas de mobilidade, acessibilidade e equipamentos. O principal instrumento de ordenamento do território – Plano Director Municipal – está em revisão há oito anos!
A falta de visão integrada aumenta a desigualdade de oportunidades, faltam políticas de habitação para os mais jovens e a habitação social que existe está a necessitar de intervenção.
A população escolar a precisa de mais transportes, de alimentação de qualidade e jovens e idosos a necessitam de políticas activas de apoio.
A falta de cuidado no espaço público, traduz-se na inexistência de espaços verdes, com Jardim da Alameda sem condições de fruição pública e a Mata do Liceu e o Parque Ribeirinho ao abandono. Outro dos problemas é a inexistência de via ciclável e pedonal entre Faro e Universidade/Praia de Faro.
P: A sua candidatura é a melhor opção para dirigir os destinos da Câmara porquê?
AE: Sim, é a melhor opção! Uma opção que garante aos farenses uma gestão autárquica forte, implicada e actuante. Uma gestão que estará ao lado dos cidadãos para ajudar a resolver os problemas e que não se refugiará em frases como “isto não é da nossa competência”, porque para nós gerir um concelho é ser o impulsionador, o mediador e o dinamizador para fazer acontecer.
Tenho provas dadas nesta forma de actuar, criando parcerias, sinergias e congregando vontades para um desenvolvimento integrado.
Por isso, a minha liderança assentará na sustentabilidade, competitividade e governança. Sustentabilidade ambiental com acção na mobilidade e eficiência energética; económica na dinamização dos agentes locais, desenvolvimento turístico e criativo e no apoio ao empreendedorismo e social nas políticas habitacionais e apoio às famílias, na educação, cultura e saúde. Competitividade num ordenamento territorial gerador de valor e captador de investimentos e governança na promoção da participação cidadã, geradora de processos de corresponsabilização e transparência, de que fui pioneiro no país.
P: Quais as grandes propostas diferenciadoras da sua candidatura face às dos restantes candidatos?
AE: As minhas propostas alicerçam-se em planeamento, participação e visão para 20 anos. Com especial foco nas pessoas, sua qualidade de vida e ambiente urbano.
Participação na decisão, prática de que fui pioneiro a nível nacional, com implementação do Orçamento Participativo e Jovem.
Temos de responder a questões prementes que se agravaram nos últimos 8 anos! Como a mobilidade, renegociar percursos, promover mobilidade sustentável e criar ligação Faro/Aeroporto/Universidade. Nos espaços verdes e públicos, requalifica-los e criar cuidadores de bairro.
Justiça social e igualdade de oportunidades norteiam as propostas: plano de estímulo ao emprego e empreendedorismo; apoio ao arrendamento jovem e sénior; cidade e equipamentos municipais acessíveis; manuais escolares gratuitos e rever alimentação cantinas escolares; activar a rede móvel de saúde; criar um programa de reabilitação urbana para atrair investimento e residentes; avançar com uma agenda estratégica para o Turismo e reativar Rede Social, apoiando quem mais precisa e criar Centro Recolha Oficial para animais.
P: As duas primeiras medidas estruturantes a avançar caso vença as eleições, quais serão?
AE: A requalificação da frente ribeirinha, diferenciando definitivamente a capital e a concretização da ligação ferroviária Faro/Aeroporto/Universidade são grandes projectos estruturantes que Faro não pode adiar.
De imediato como há tanto por fazer para uma sociedade mais justa e equilibrada, permitam-me que indique as cinco primeiras medidas que quero implementar: implementar novas práticas alimentares nas cantinas escolares, promovendo hábitos de alimentação saudável junto das crianças e jovens; iniciar a requalificação dos espaços desportivos do concelho, de forma a proporcionar hábitos de vida saudáveis; iniciar a requalificação da Alameda e da Mata do Liceu, dois pulmões verdes e de lazer da cidade que necessitam de ser devolvidos à fruição dos farenses, bem como todos os espaços verdes integrados nas pracetas e bairros do concelho; iniciar o trabalho de requalificação do parque habitacional municipal e realizar os regulamentos de apoio ao arrendamento jovem e sénior.