Portugal continental entra numa semana de chuva forte, com um “comboio” de depressões atlânticas a empurrar frentes sucessivas e a trazer períodos de precipitação por vezes forte, além de vento, granizo e trovoadas. Em paralelo, espera-se também agravamento do estado do mar, sobretudo na faixa costeira.
O cenário é apontado pelos mapas do modelo de referência usados pelo Meteored, site especializado em Meteorologia, com as depressões a passarem a norte da Península Ibérica, o que favorece a chegada repetida de frentes à geografia de Portugal nos primeiros dias do inverno climatológico.
Do lado oficial, o IPMA já emitiu avisos meteorológicos: aviso amarelo de precipitação (com destaque para um período em que a chuva pode ser forte), aviso amarelo de neve em zonas de altitude e avisos por agitação marítima, que podem evoluir consoante a situação se confirme.
A semana, dia a dia: quando a chuva aperta mais
Esta segunda-feira, o céu tende a ficar muito nublado de norte para sul e a chuva entra primeiro no Noroeste a partir da tarde, com potencial para ser mais intensa entre o fim da tarde e o início da noite, motivo pelo qual foi emitido aviso amarelo em alguns distritos nesse período.
Na terça-feira, a frente deverá avançar para sul numa trajetória noroeste–sudeste, levando precipitação a várias regiões, incluindo a sul do Tejo, e dando lugar depois a aguaceiros pós-frontais. Nessa fase, a chuva pode surgir acompanhada de trovoadas e granizo, sobretudo em áreas do litoral.
Ainda na terça-feira (e com possibilidade de prolongamento para a madrugada de quarta-feira), há indicação de queda de neve nas terras altas, em especial acima dos 1000/1200 metros nas serras do Norte e na Serra da Estrela, com possibilidade de alguma acumulação residual nas cotas mais elevadas.
Estas vão ser as regiões mais ‘castigadas’ (e porquê)
Apesar de a chuva chegar a várias zonas do país, a distribuição deverá ser muito desigual. O Meteored aponta o efeito orográfico como uma das explicações, com a chamada “barreira de condensação” a favorecer a retenção de nuvens e precipitação nas vertentes mais expostas ao fluxo atlântico.
Na prática, os maiores acumulados deverão concentrar-se no Noroeste e em áreas próximas, incluindo o litoral Norte e a Área Metropolitana do Porto, com valores estimados entre 50 e 100 mm em vários locais e possibilidade de ultrapassar os 100 mm em pontos específicos (com referência às redondezas da Póvoa de Varzim) até à madrugada de domingo, 7 de dezembro.
Pelo contrário, grande parte do restante território deverá somar quantidades bem mais modestas: a previsão apontada no mesmo cenário indica, de forma geral, 2 a 15 mm no Alentejo e Algarve, 15 a 40 mm em zonas do Centro e área de Lisboa/Setúbal, e 10 a 35 mm em distritos do interior, com a área da Serra da Estrela a poder destacar-se dentro do interior.
Mar agitado: o outro risco desta semana
Além da chuva “grossa”, e da possibilidade de granizo e trovoadas, o estado do mar pode ser um dos pontos mais sensíveis, com avisos de agitação marítima que incluem níveis mais elevados em parte do litoral, associados a ondulação forte de noroeste.
Segundo o Meteored, a recomendação, nestes dias, é acompanhar os avisos do IPMA (que podem ser atualizados), evitar zonas expostas do litoral durante os períodos de maior ondulação e conduzir com precaução nos momentos de chuva mais intensa, quando aumenta o risco de lençóis de água e acumulações rápidas.















