É fácil dar por garantido o papel que certos eletrodomésticos têm na vida diária, mas basta uma falha ou um simples descuido para perceber a sua importância. O eletrodoméstico do qual lhe falaremos em seguida é um desses casos: está sempre ligado, silencioso, aparentemente inofensivo, mas é nele que depende, em grande parte, a segurança dos alimentos que consumimos todos os dias. O seu funcionamento adequado vai muito além da frescura: pode fazer a diferença entre uma refeição segura e um risco para a saúde.
A linha ténue entre o frio e o risco
Estudos indicam que a temperatura média do frigorífico é de 5,3 °C, ligeiramente acima do intervalo considerado seguro, que vai dos 0 aos 5 °C, refere a BBC. Este pequeno desvio pode ter grandes consequências quando falamos de conservação alimentar.
Em muitos casos, os frigoríficos passam mais de metade do tempo acima do limite recomendado. Em situações mais extremas, chegam a atingir temperaturas de 15 °C, o que, em algumas regiões, equivale a um dia quente de verão.
Quando o calor entra na cozinha
Cada vez que se abre a porta do frigorífico, entra ar quente. E, quanto mais tempo a porta fica aberta, mais a temperatura interna sobe, aproximando-se da do ambiente exterior. Esta oscilação constante favorece a multiplicação de bactérias e acelera a deterioração dos alimentos.
Uma das razões para o problema é a ausência de sistemas fiáveis e acessíveis de medição interna. Muitos frigoríficos ainda usam um botão giratório com números pouco claros, que dificultam a regulação da temperatura com precisão.
Hábitos que fazem a diferença
Segundo a mesma fonte, existem pequenas mudanças no dia a dia que ajudam a manter a temperatura deste eletrodoméstico mais estável e segura. Uma delas é reduzir a frequência com que se abre a porta do frigorífico. Sempre que possível, é aconselhável organizar previamente o que se vai retirar ou guardar.
Evitar deixar a porta aberta enquanto se arrumam as compras também é essencial. Quanto mais rápido for o processo, menores serão as variações térmicas.
Organização que ajuda
Um truque prático é usar organizadores giratórios no interior do frigorífico. Estes facilitam o acesso a frascos e recipientes pequenos, evitando que seja preciso mexer em tudo para encontrar o que se procura, o que ajuda a poupar tempo e mantém o frio no interior.
Outro ponto importante é a manutenção das borrachas de vedação da porta. Estas devem ser limpas regularmente e verificadas para garantir que continuam a vedar bem. Fendas, sujidade ou bolores podem comprometer o desempenho do aparelho.
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Saber onde guardar cada coisa
Nem todos os alimentos devem ser armazenados no mesmo local do frigorífico. Produtos mais sensíveis, como leite e carne, devem ficar nas zonas mais frias, normalmente na parte de trás do eletrodoméstico. Já a porta, por ser a área mais exposta a variações, é mais indicada para itens menos perecíveis, como refrigerantes ou manteiga, segundo a fonte acima citada.
Guardar corretamente os alimentos contribui para manter a temperatura global mais equilibrada e evita contaminações cruzadas.
Frio não significa estéril
Mesmo funcionando dentro da temperatura correta, o frigorífico pode conter microrganismos prejudiciais. Alimentos contaminados antes de serem armazenados podem introduzir bactérias no interior do aparelho.
Uma das mais conhecidas é a Listeria monocytogenes, que sobrevive e até se multiplica a temperaturas baixas. Isso torna essencial o cuidado com a forma como se guardam e se separam os alimentos dentro do eletrodoméstico.
Regras simples para maior segurança
Para minimizar riscos, recomenda-se manter a carne e o peixe crus na prateleira inferior, evitando que líquidos escorram para outros produtos. Alimentos prontos a comer, como frutas lavadas ou sanduíches, devem ser mantidos bem afastados dos crus.
É ainda aconselhável consumir os alimentos prontos num prazo máximo de quatro horas após saírem do frigorífico. E claro, lavar bem as mãos antes, durante e depois de preparar qualquer refeição, segundo a BBC.
Seguir as instruções de conservação e preparação indicadas nas embalagens dos produtos é outro passo importante para garantir segurança alimentar dentro de casa.
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