A atualização das reformas será feita de forma escalonada, com percentagens diferentes consoante o valor da pensão, seguindo o mecanismo legal de atualização anual. Os aumentos da pensão em 2026 podem chegar aos 127 euros por mês, mas só para um grupo restrito de beneficiários.
De acordo com declarações da ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, no Parlamento, as pensões mais baixas vão subir 2,79%, enquanto as pensões médias terão uma atualização de 2,29% e as mais altas apenas 2,04%. A fórmula de cálculo baseia-se na inflação média anual e no crescimento do PIB, tal como previsto na Lei n.º 53-B/2006.
As pensões mais baixas sobem acima da inflação
Segundo a ministra, as pensões até dois IAS, ou seja, até 1.045 euros mensais, terão um aumento de 2,79%: cerca de meio ponto percentual acima da inflação prevista. Esta subida, explicou, abrange 90% dos pensionistas portugueses.
Com o IAS fixado em 522,50 euros, uma pensão mínima passará para 537 euros, enquanto uma reforma de 1.045 euros sobe para 1.074,15 euros.
Pensões médias mantêm o poder de compra
Para pensões entre 1.045 e 3.135 euros, o aumento será de 2,29%, o que corresponde a uma atualização “neutra”, isto é, alinhada com a inflação. Um reformado com uma pensão de 3.135 euros passará a receber 3.206,79 euros a partir de janeiro de 2026.
Reformas mais altas sobem menos
As pensões entre 3.135 e 6.270 euros terão um aumento de apenas 2,04%, ficando ligeiramente abaixo da inflação: uma perda de poder de compra que, segundo a governante, afetará apenas cerca de 1% do total de pensões em Portugal.
Para uma pensão de 6.000 euros, o aumento equivale a 122,40 euros mensais, elevando o valor para 6.122,40 euros. Acima dos 6.270 euros, os aumentos ficam limitados a 127 euros por mês.
A atualização das pensões vai custar quase mil milhões ao Estado
De acordo com a ministra, o impacto orçamental dos aumentos previstos ascende a 940 milhões de euros: 640 milhões relativos às pensões da Segurança Social e 300 milhões às da Caixa Geral de Aposentações.
Questionada sobre a possibilidade de transformar os aumentos extraordinários em permanentes, Palma Ramalho afastou essa hipótese, defendendo que o Governo deve seguir a fórmula legal. “Temos de proteger todas as pensões, atuais e futuras, sem comprometer a sustentabilidade das contas públicas”, afirmou, citada pela CNN Portugal.
O que esperar em 2026
Com esta atualização, a larga maioria dos pensionistas verá a sua pensão crescer ligeiramente acima da inflação, garantindo uma melhoria modesta mas real do rendimento mensal. Já as reformas mais elevadas terão um acréscimo limitado, refletindo o princípio de maior proteção aos rendimentos mais baixos.
O objetivo do aumento de pensão em 2026, sublinha o Governo, é equilibrar a justiça social com a sustentabilidade do sistema, assegurando que todos os reformados beneficiem, ainda que de forma diferente, da recuperação económica.
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