O tema da idade da reforma em Portugal regressa ao centro da discussão política com a proposta apresentada pelo PCP. O partido defende o regresso da idade legal aos 65 anos e o fim das penalizações aplicadas a milhares de trabalhadores que, após décadas de descontos para a Segurança Social, veem as suas pensões reduzidas. A iniciativa pretende assegurar maior justiça social e uma vida pós-laboral digna para todos.
A proposta surge como resposta a um problema que afeta sobretudo quem é forçado a sair do mercado de trabalho antes da idade legal. O desemprego prolongado obriga muitos a pedirem a reforma antecipada, o que resulta em cortes que chegam a ultrapassar os 50%.
Para o PCP, trata-se de uma injustiça dupla: trabalhadores que não escolheram reformar-se mais cedo acabam penalizados de forma severa.
Reforma antecipada sem cortes
Entre os pontos centrais do projeto está a eliminação das reduções nas pensões de quem se reforma antes da idade legal por motivos alheios à sua vontade, de acordo com o site especializado em economia Ekonomista. O objetivo é impedir que os trabalhadores sejam castigados duas vezes, primeiro pelo desemprego e depois pela perda de rendimentos na reforma.
Outro alvo é o fator de sustentabilidade, mecanismo que acrescenta cortes adicionais às reformas antecipadas. Segundo Luís Mesquita, dirigente do PCP, citado pela mesma fonte, esta fórmula “ignora as condições reais de vida” e contribui para agravar a exclusão social na velhice.
Regresso aos 65 anos
A proposta do PCP inclui a reposição da idade da reforma nos 65 anos, em vez dos 66 anos e sete meses que passaram a vigorar este ano. O partido argumenta que o aumento automático da idade, baseado na esperança de vida, não reflete a realidade laboral de muitos portugueses, que chegam ao final da carreira física e emocionalmente desgastados.
Para os comunistas, viver mais anos não deve significar prolongar a vida ativa à custa de menos tempo de descanso. Defendem que o contributo de uma vida inteira de trabalho deve ser respeitado, garantindo-se aos cidadãos uma velhice mais digna.
Valorização das pensões mínimas
Outro eixo da proposta, de acordo com a mesma fonte, é a valorização das pensões mínimas. O PCP defende a reformulação dos escalões da Segurança Social, com a criação de dois novos níveis e a atualização do quarto escalão. A medida pretende beneficiar os trabalhadores com longas carreiras contributivas que acabam por ter reformas reduzidas.
Com este reforço, o partido quer assegurar que os rendimentos mínimos fiquem acima do limiar da pobreza. Trata-se de uma medida com forte impacto social, sobretudo para quem contribuiu 30, 40 ou mais anos sem ver esse esforço devidamente reconhecido.
Justiça social na velhice
A proposta do PCP coloca em causa o modelo atual de aumento progressivo da idade da reforma, que considera insustentável e injusto. Para o partido, de acordo com o Ekonomista, o sistema deve assentar no princípio da justiça distributiva, valorizando o esforço contributivo de cada trabalhador e combatendo as desigualdades históricas.
Com este pacote de medidas, os comunistas afirmam querer restaurar a confiança no sistema público de pensões, devolvendo dignidade aos atuais e futuros reformados em Portugal.
Leia também: Adeus A2? Conheça a forma de chegar ao Algarve em menos de 40 minutos (e começa perto de Lisboa)
















