O voto em mobilidade foi a opção que dezenas de pessoas escolheram nas eleições europeias, em Faro, embora a meteorologia irregular possa impedir que gozem ao máximo o fim de semana prolongado no Algarve, constatou a Lusa.
Na escola secundária Pinheiro e Rosa, em Faro, a Lusa falou com Luís Farrobinha, presidente de uma mesa de voto, que disse “estar tudo a correr bem” com o voto em mobilidade, que pela primeira vez pode ser utilizado por qualquer eleitor, em qualquer assembleia eleitoral do país, devido ao círculo único que vai a votos nas eleições europeias.
“Nesta mesa, já votaram 59 pessoas e várias delas foi com o voto em mobilidade”, afirmou responsável desta mesa eleitoral de Faro, cerca das 10:30, assegurando que o acesso às listas de eleitores de outros pontos do país é feito através de um computador, “sem qualquer problema”.
A existência de um único círculo que vai eleger os 21 eurodeputados portugueses “dá a oportunidade a quem vem de fora” do Algarve de votar, permitindo reduzir a abstenção, e isso “é positivo”, considerou o presidente de mesa.
À porta da escola Pinheiro e Rosa, Luís Carlos, do Porto, procurava perceber se podia exercer o direito de voto em qualquer das mesas eleitorais instaladas no estabelecimento escolar e disse à Lusa que “esta opção é ótima, sobretudo quando as eleições acontecem num fim de semana prolongado”, como este, que foi escolhido por muitas pessoas para se deslocarem ao Algarve e passar uns dias.
“Vou votar e vou depois para a praia, se o tempo deixar”, acrescentou, referindo-se ao vento e nuvens que se fazia sentir em Faro e que ameaçavam complicar a meteorologia para o resto do dia.
O voto em mobilidade foi também a opção de algarvios que estavam a votar na escola de Faro e estão recenseados noutros pontos da região, como Carlos Rocheta e Joana Ildefonso, que aproveitaram estar em Faro para votar logo, em vez de irem a Loulé e Almancil, freguesia desse concelho, onde estão inscritos.
“Dá muito jeito, moro em Faro e se não houvesse o voto em mobilidade teria de ir a Loulé de propósito votar, assim fico logo despachado aqui”, justificou Carlos Rocheta, enquanto Joana Ildefonso disse ter aproveitado a visita à mãe, residente na capital algarvia, para cumprir logo o direito de voto.
A reportagem da Lusa visitou depois a Praia de Faro, onde o tempo que se fazia sentir ainda não tinha atraído muitos banhistas, mas encontrou algumas pessoas de outras pontos do país que já tinham votado, mas de forma antecipada, na semana transata.
Foram os casos de Mariela Romão e Joaquim Santos, que se deslocaram ao Algarve para passar o fim de semana, mas já com o voto expresso há uma semana, nas suas freguesias de origem.
“Sou de Lisboa, a minha mãe mora cá e, como queríamos vir este fim de semana ao Algarve, optámos por votar logo na semana passada, com o voto antecipado”, contou Mariela Romão, enquanto estava sentada num passadiço da praia de Faro a apanhar o pouco sol que se fazia sentir na ocasião.
Situação idêntica à de Joaquim Santos, que quis ficar logo descansado das eleições europeias na semana passada, votando antecipadamente, para poder aproveitar o fim de semana e o feriado de 10 de junho, na segunda-feira, sem interrupções.
Ambos coincidiram também na ideia de que, tanto o voto antecipado, como o em mobilidade, são opções válidas para as pessoas terem mais liberdade na hora de deixarem o sua área de residência e, mesmo assim, poderem exercer o voto e contribuir para uma menor abstenção.
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